A distinção léxico-gramática na Gramática Discursivo-Funcional: uma proposta de implementação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fontes, Michel Gustavo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148543
Resumo: Esta tese, ao investigar a distinção léxico-gramática no âmbito do modelo da Gramática Discursivo-Funcional (doravante GDF), de Hengeveld e Mackenzie (2008), objetiva reunir, num diálogo entre os princípios da gramaticalização e os da GDF, mecanismos que permitam uma abordagem, dentro desse modelo, da gradualidade entre léxico e gramática. Encaram-se, assim, duas frentes de investigação: (i) caracterizar a multifuncionalidade de ainda no português, e (ii) descrever a natureza composicional, a funcionalidade comunicativa e o estatuto categorial das formas perifrásticas com ainda, no caso ainda assim, ainda bem, ainda mais e ainda que. Em relação a (i), dois mecanismos se mostram pertinentes para a descrição dos diferentes usos de ainda: (a) a determinação das diferentes relações de escopo que ainda pode instaurar a depender de seu uso; e (b) a avaliação dos diferentes estatutos categoriais de ainda enquanto primitivo da formulação. Esta tese distingue, então, quatro usos de ainda, que se dispõem ao longo de um contínuo entre léxico e gramática e que evidenciam um processo de gramaticalização, que, à luz da GDF (cf. HENGEVELD, no prelo; DALL’AGLIO-HATTNHER; HENGEVELD, 2016), caracteriza-se por uma mudança de conteúdo e por uma mudança formal. Em relação a (ii), esta tese defende que as formas perifrásticas com ainda ocupam diferentes posições no cline de lexicalidade/gramaticalidade (cf. BRINTON; TRAUGOTT, 2005). Isso aponta para dois processos de mudança linguística envolvidos em sua emergência, lexicalização e gramaticalização, que, à luz da GDF, implicam não só um aumento nas relações de escopo ou uma mudança categorial, mas também um percurso do tipo relação núcleo-dependente > primitivo, que dá conta da representação do processo de fixação na emergência dessas formas via lexicalização ou gramaticalização.