Amélia: entre o pecado e a castidade em O Crime do Padre Amaro de Eça de Queiroz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mamede, Maria Clara Pugliane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244671
Resumo: O presente trabalho tem como corpus o romance O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz e propõe-se a tecer um estudo da profunda crítica clerical e social que Eça faz nessas “cenas da vida devota”, além de analisar as injustiças sofridas pelas personagens femininas da narrativa, no caso, mulheres brancas, proletárias e beatas, moradoras de uma pequena província portuguesa do século XIX. Tal análise, que se debruçou mais especificamente na protagonista Amélia Caminha, retratada pelo narrador como a típica representação da mulher portuguesa influenciada pela religião católica e seduzida pelo padre Amaro, realizou-se, sobretudo, à luz dos conceitos de Simone de Beauvoir (2019), em O Segundo Sexo. Analisou-se o contexto social em que a personagem está inserida e que justifica sua submissão aos dogmas católicos e às autoridades do clero de Leiria. O narrador queirosiano foi analisado à luz das teorias da narrativa, especialmente, as apresentadas por Gerard Genette (1970) em Discurso da narrativa e por Lígia Chiappini (2001), em O foco narrativo, em que procuramos demonstrar como, por meio do discurso implícito, o narrador critica uma sociedade que se apropria do discurso religioso para rebaixar as mulheres, e denuncia a falsa moral e a falsa fé nas atitudes dos padres e cônegos que figuram no enredo, mantendo, com isso, uma relação de dominação claramente injusta com as mulheres da narrativa.