A corrida pela transição energética: geopolítica da relação sino-brasileira no setor energético e a resistência dos povos tradicionais do litoral cearense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nascimento, Monalisa Lustosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243072
Resumo: A mitigação das mudanças climáticas é o novo propulsor de uma economia verde que se expande por todo o globo e impacta diretamente as relações entre a China e o Brasil. A corrida pela descarbonização das matrizes energéticas à nível global, impulsiona a transição energética a partir de fontes renováveis sob o manto do Desenvolvimento Sustentável. Este rearranjo geopolítico inaugura uma nova fronteira de acumulação do capital, pois, a partir da transição energética guiada pelo capitalismo, a economia verde se torna mais uma face do acaparamiento e controle de terras. A China enquanto uma das grandes potências da transição energética para uma matriz renovável, é avaliada a partir de seus investimentos em toda a cadeia do setor em território brasileiro. Rompendo com o agrocentrismo do acaparamiento, a territorialização de mega complexos eólicos no Nordeste do Brasil, reorganiza e aprofunda hierarquicamente o espaço nordestino enquanto reserva de energia, as dinâmicas de estrangeirização do território, apropriação dos recursos naturais pelo capital internacional e acentua as conflitualidades no território. Desenvolvimento aqui é discutido por sua promoção da acumulação por espoliação e desterritorialização de povos tradicionais e originários do Nordeste e mais especificamente do litoral cearense, a partir de estudos de caso em comunidades tradicionais, símbolos da resistência na disputa territorial contra a implantação de complexos eólicos em territórios brasileiros. A disputa pelo conceito de desenvolvimento territorial é traçada a partir da resistência dos povos tradicionais que tem no Bem Viver, as bases de um desenvolvimento territorial pensado desde abajo. A dissertação pretende avançar em discussões sobre projetos alternativos que garantem aos povos as suas reivindicações por uma transição energética justa, popular e soberana, produzindo a autonomia energética enquanto libertação dos estados de ameaça. As famílias assentadas do Movimento Sem Terra do Ceará, desenharam alternativas de autonomia energética para os povos do semiárido, que enxergam numa transição energética popular, as bases para o crescimento dos territórios de esperança.