Preparação e caracterização de membranas microfibrosas de gelatina obtida de resíduo de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Vilches, José Luiz
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Gelatina; Fiação; Fibras; Ácidos orgânicos; Nile Tilapia gelatin; Solution Blow Spinning; Tannic acid; Gelatin microfibers
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192968

Em 2018, o Brasil se consolidou como o 4º maior produtor mundial de tilápia. Em decorrência da sua larga produção, grande quantidade de subprodutos, como pele e ossos, resultantes do processamento da tilápia são descartados. Torna-se imperativo então buscar formas de aproveitar esses subprodutos, buscando aplicações como na área de alimentação, áreas da saúde, fármacos entre outras. Neste sentido, este trabalho focou na fabricação e caracterização de membranas microfibrosas de gelatina de tilápia (Oreochromis Niloticus), produzidas utilizando a técnica de fiação por sopro em solução (FSS). As fibras poliméricas foram obtidas a partir da gelatina de tilápia (GT) dissolvida em ácido acético/água (80/20 v/v), em diferentes concentrações. Verificou-se que aumentando a viscosidade da solução, aumentou-se o diâmetro médio das fibras de aproximadamente 280 ± 73 nm (0,086 Pa.s) para aproximadamente 1195 ± 365 nm (1,88 Pa.s). Os termogramas (TG) para diferentes concentrações apresentaram perfis similares, com estabilidade térmica abaixo de 180 °C. A curva de DSC apresentou dois eventos endotérmicos, sendo o segundo, no intervalo de 100-130 °C, fortemente influenciado pelo diâmetro das microfibras, deslocando para maiores temperaturas de acordo com o aumento do diâmetro médio das microfibras. Esse comportamento está associado à difusão da água, ou seja, microfibras com menor diâmetro facilitam a evaporação de água devido ao menor caminho de difusão. Membranas fibrosas de gelatina incorporadas com ácido tânico (AT) nas concentrações de 3, 5, 10, 15 e 20 % m/m também foram produzidas. Os mesmos perfis das curvas de TG e DSC foram obtidos, apresentando comportamento similar às fibras sem AT. A reticulação pelo AT foi verificada, medindo a massa seca das membranas depois de submersas em água e também por FT-IR. Foi observado um deslocamento da banda amida I para menor valor de número de onda, indicando a ocorrência de reticulação. Um aumento na massa remanescente (massa seca) foi observado com o aumento da concentração de AT, atingindo um valor em torno de 40 % em relação à massa inicial para a amostra contendo 20 % de AT, indicando a ocorrência de reticulação.