A construção social da informação: análise do fact-checking no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Polonini, Janaína Fernandes Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243455
Resumo: A investigação apresenta a prática da checagem de fatos brasileira objetivando analisar o processo de construção da informação produzida pelas agências brasileiras relacionadas à checagem de fatos a partir do registro de suas atividades. Diversos campos de estudo se ocupam da investigação do fenômeno fake news, dentre eles as áreas e subáreas da ciência da informação. A partir da definição dos termos para esta investigação, foram selecionados os estudos sobre a construção social da realidade e da teoria da informação para estabelecer uma articulação teórico-metodológica-empírica. Os problemas de pesquisa são: Como se constrói socialmente o que se entende por informação válida ou supostamente “verdadeira” pelas agências de checagem de fatos brasileiras? Quais as práticas de construção social da classificação e os rótulos utilizados pelas agências de checagem brasileiras sobre a informação? Os objetivos específicos são: a) analisar os princípios e práticas relacionadas à checagem de fatos; b) analisar e discutir as atividades, as etapas e os métodos relacionados à checagem de fatos das agências brasileiras, segundo o registro de suas ações; e c) examinar o processo de categorização das informações (verdadeiras, falsas etc.) pelas agências brasileiras. O percurso metodológico da investigação segue três atos (ruptura, construção e verificação) e as sete etapas do procedimento de pesquisa destacadas no Manual de Investigação em Ciências Sociais, Quivy e Campenhoudt (2005). A pesquisa é exploratória e documental com abordagem qualitativa. Realiza uma análise das agências de checagem de fatos brasileiras ativas para compreender o universo pesquisado, por meio de relatórios de auditoria, manual e sites institucionais. O referencial teórico e os procedimentos científicos aplicados nesta investigação constataram a impossibilidade de uma solução científica universal definitiva. Em maio de 2022, existiam 378 agências de checagem de fatos ativas no mundo e 126 inativas no mundo, sendo nove agências de checagem de fatos brasileiras ativas (AFP Checamos, Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos (“Rumores”), Comprova, E-Farsas, Estadão Verifica, Fato ou Fake e UOL Confere) e duas inativas (Relatórios de Hoax do Portal EBC e Truco). Desse número, 102 são signatárias no mundo, sendo quatro agências de checagem de fatos brasileiras (Agência Lupa, Aos Fatos e Estadão Verifica, UOL Confere). Considera-se que a atividade de checagem de fatos é fundamental na difusão de informações verídicas para a sociedade, no entanto, as instituições jornalísticas não são suficientes para eliminar a desinformação. Esse é um esforço conjunto que deve ser iniciado na educação formal (educação básica e superior), no desenvolvimento de competências específicas, tendo em vista que esse fenômeno não poderá ser enfrentado com a adoção de uma só linha de trabalho, e reconhecendo a importância da atuação de diversas instituições de pesquisas científicas, jornalismo, tecnologia e direito.