Avaliação da atividade anti-inflamatória intestinal de Cnidoscolus aconitifolius (Mill.) I.M. Johnst no modelo de indução por TNBS em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moya Dalmau, Lesvi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154565
Resumo: A Doença Inflamatória Intestinal (DII) inclui duas principais doenças: a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, ambas caracterizadas por períodos de exacerbação dos sintomas acompanhados por intervalos prolongados de remissão. Apesar da etiologia ser pouco elucidada, sabe-se da influência de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. A terapia farmacológica atual não é eficaz para todos os pacientes, apresenta alto custo e desencadeia diversos efeitos colaterais, portanto é necessário o desenvolvimento de novas terapias sendo que as plantas medicinais e componentes presentes na dieta, devido as suas propriedades antioxidantes e/ou imunomoduladora, apresentam uma opção atrativa como terapia complementar. A espécie Cnidoscolus aconitifolius (Mill.) I.M. Johnst, popularmente conhecida como chaya, foi selecionada dada sua composição química, rica em fibra e compostos antioxidantes e suas atividades antioxidante e anti-inflamatória testadas em outras afecções. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade anti-inflamatória intestinal das folhas escaldadas e desidratadas de chaya em duas formas: como extrato metanólico 70% (100, 200 e 300 mg/kg, via oral por gavage) e como farinha incorporada na dieta nas concentrações 5, 10 e 20%, no modelo de indução de inflamação intestinal pelo ácido trinitrobenzenosulfonico (TNBS) em ratos. Para tanto, foram avaliados os parâmetros clínicos gerais (ingestão diária de alimentos, peso corporal, diarréia), parâmetros macroscópicos da lesão (escore da inflamação, extensão da lesão relação peso/comprimento cólico e aderência), bioquímicos (avaliação da mieloperoxidase, glutationa total e fosfatase alcalina) e microscópicos (hematoxilina-eosina e PAS/Alcian Blue). No extrato metanólico, realizou-se analise fitoquímica, determinação do conteúdo de fenóis totais, capacidade de sequestro de radicais livres e a avaliação da atividade antioxidante pelo ensaio de lipoperoxidação lipídica em membranas de cérebros de ratos. Análises fitoquímicas mostraram principalmente presença de compostos fenóis, flavonoides, flavononas, xantonas, chalconas, auronas, flavononas, saponinas, cumarinas e bases quaternárias. O contéudo de fenóis totais quantificou 160,555mg equivalente de ácido gálico (EAG)/g de extrato. No ensaio DPPH o extrato apresentou uma concentração eficiente (CE50) de 28,3μg/ml vs. 1.90μg /ml do ácido gálico, mas fraca atividade antioxidante no modelo de lipoperoxidação lipídica, com uma concentração inibitória média (IC50) de 703,28μg/ml vs. 0,71± 0,1μg/ml de quercetina. O tratamento com o extrato não melhorou o processo inflamatório cólico induzido pelo TNBS nos parâmetros macroscópico e bioquímicos avaliados. A dieta enriquecida em todas as concentrações testadas conseguiu evitar a depleção do conteúdo de GSH. A concentração de 20% conseguiu diminuir a atividade da MPO. Nenhuma alteração significativa foi observada na atividade da fosfatase alcalina. Todas as concentrações testadas melhoraram a citoarquitetura epitelial e mantiveram a camada de muco sobre o epitélio intestinal quando comparado com o grupo controle-TNBS. O presente estudo demonstrou que chaya quando incorporada na ração nas concentrações 5, 10 e 20%, mostra atividade antioxidante no processo inflamatório cólico induzido por TNBS em ratos. Esses efeitos podem estar relacionados à fibra e aos compostos fenólicos, sugerindo que este alimento pode ser útil para prevenir ou tratar a recidiva de DII.