Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Oliva, Késsien Regina Sander |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153476
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Resumo: |
A Doença Inflamatória Intestinal engloba duas principais doenças sendo elas a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa onde ambas se caracterizam por uma inflamação crônica do intestino, com períodos de exacerbação seguidos de intervalos prologados com remissão dos sintomas. Sua etiologia é considerada multifatorial e ainda pouco elucidada. Considerando-se que não existe cura, que os fármacos utilizados são de alto custo, além de apresentarem sérios efeitos colaterais e ainda muitos pacientes não responderem a esses tratamentos disponíveis, a busca por estratégias complementares de prevenção e tratamento dessa doença que combinem eficácia e segurança, como o uso de alimentos funcionais, compostos antioxidantes e compostos bioativos se apresentam como uma perspectiva promissora. Com base nisso, a espécie vegetal Hibiscus esculentus L. conhecida popularmente como quiabo, foi selecionada para o presente estudo com o objetivo de avaliar a atividade anti-inflamatória intestinal das dietas enriquecidas com o fruto no modelo experimental da inflamação intestinal induzida por ácido trinitrobenzenosulfônico em ratos. Para tanto, a farinha dos frutos foi incorporada na dieta de ratos Wistar machos nas concentrações de 5% e de 10% por 28 dias antes e 7 dias após a indução do processo inflamatório intestinal. Os animais foram mortos no 35º dia e seus cólons foram extraídos. Para a caracterização da atividade anti-inflamatória intestinal foram analisados parâmetros macroscópicos (escore, extensão da lesão, relação peso/comprimento do cólon, ocorrência de diarreia e aderência do cólon a órgãos adjacentes), análises microscópicas (hematoxilina-eosina e PAS/Alcian Blue para avaliação de muco) e parâmetros bioquímicos (atividade das enzimas mieloperoxidase e fosfatase alcalina e quantificação da glutationa total). Complementarmente foi realizada a análise fitoquímica do extrato etanólico 70% dos frutos de Hibiscus esculentus, a atividade sequestradora de radicais livres utilizando o modelo do 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH), e a avaliação da atividade antioxidante pelo ensaio de peroxidação lipídica em membranas de cérebros de ratos. As avaliações bioquímicas mostraram que a dieta nas duas concentrações foi capaz de evitar a depleção dos níveis de glutationa, mas não diminuiu a atividade das enzimas mieloperoxidase e fosfatase alcalina em nenhuma das concentrações testadas. A dieta nas duas concentrações foi capaz de evitar depleção de muco e foi observada recuperação tecidual pelas análises microscópicas. A dieta na concentração de 10% diminuiu a relação peso/comprimento cólico e extensão da lesão. As análises fitoquímicas mostram a presença de fenóis, taninos, flavonóis, flavononas, xantonas, terpenóides. No ensaio de DPPH a farinha apresentou uma IC50 de 302.68ug/ml vs. 1.89ug/ml do ácido gálico, enquanto que no modelo de peroxidação lipídica, uma IC50 de 196,8μg/ml, onde no mesmo teste, a quercetina, flavonoide antioxidante usado como referência, apresentou IC50 de 1,02μg/ml. Esses resultados sugerem que a suplementação dietética com os frutos de Hibiscus esculentus nas concentrações de 5% e de 10% na ração foi responsável pela melhora do processo inflamatório cólico induzido por ácido trinitrobenzenosulfônico em ratos. Esses efeitos estão associados às propriedades antioxidantes da espécie que podem estar relacionadas com a presença de compostos fenólicos, sugerindo que essa espécie é um alimento funcional promissor para o tratamento complementar da doença inflamatória intestinal, propondo a necessidade de que mais estudos sejam realizados para confirmarem e esclarecerem esses efeitos. |