Resposta imune à vacina contra hepatite B com suplementação de beta-glucanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oba, Paula Franco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
VHB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192398
Resumo: A infecção crônica pelo vírus da hepatite B (VHB) é a principal causa de cronificação da hepatite, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular em humanos. A vacinação contra hepatite B é essencial a saúde da população, sendo a medida de menor custo e maior eficiência para controlar o vírus. A vacina desencadeia resposta imune com produção de anticorpos contra o antígeno de superfície do VHB (anti-HBs), contudo, alguns indivíduos não desenvolvem imunidade efetiva, havendo necessidade de doses adicionais. Assim, estimular a resposta imune nos indivíduos já vacinados, porém pouco respondedores ou não respondedores previamente, poderia contribuir para o aumento da produção de anticorpos e persistência dos mesmos ao longo do tempo. Considerando o potencial imunomodulador de β-glucanas, inclusive no aumento da ativação de células T e B em resposta a antígenos, propôs-se neste estudo avaliar a influência do uso de β-glucanas como suplemento alimentar em indivíduos com imunidade não efetiva pós-vacina, que necessitassem de dose booster. Foram incluídos 46 doadores de sangue do Hemocentro de Botucatu, com idade entre 18 anos e 25 anos completos, do sexo masculino, vacinados com três doses para hepatite B na primeira infância. Aqueles que apresentaram anti-HBs<10UI/L foram considerados não imunes, sendo mantidos no estudo (n=31) e divididos em dois grupos de forma aleatória. Ambos os grupos receberam booster da vacina, sendo um grupo suplementado via oral com cápsulas de amido (n=11; placebo - 500mg/dia), e outro com β-glucanas (n=20; 500mg/dia), durante duas semanas. Na comparação intergrupos, não foi observado diferença significativa em relação a soroproteção, através da dosagem de anti-HBs, com 7 e 14 dias após dose de reforço vacinal. Não se pôde avaliar se o uso de β-glucanas teve efeito imunoestimulador, possivelmente devido a memória imunológica presente e com rápida resposta, representada pelo fato de que com apenas uma dose de reforço, 93,34% dos pacientes anti-HBs<10UI/L desenvolveram soroproteção, independente do estímulo. Os dados obtidos abrem perspectiva de reavaliação dos protocolos vigentes de vacinação da hepatite B, considerando a recomendação de booster na adolescência, para assegurar a real imunização, pois apenas 30,44% dos participantes, todos vacinados na infância, tinham imunização efetiva, e tendo em vista a boa resposta a uma dose booster. Além disso, há que se considerar o potencial uso da suplementação com β-glucana como imunomodulador na primovacinação, modelo em que não há influencia da memória imunológica.