Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Novaes, Joana Inês [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/256707
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Resumo: |
Esse relatório de pesquisa de doutoramento teve como objetivo criar, por meio da autoetnografia, uma experiência de pesquisa pautada nas afetações que me atravessaram, ao longo do processo de construção da compreensão da infância boliviana, articulando a educação infantil com a educação matemática, tendo como base a decolonialidade e a interculturalidade. A autoetnografia admite que o pesquisador traga para seu estudo a sua experiência pessoal no contexto das interações sociais e práticas culturais, dando visibilidade as suas emoções. Foi isso que procurei realizar ao longo da escrita, refletindo sobre as implicações e as inquietações que me tomaram na construção do caminho metodológico, até chegar à decisão de vivenciar e depois comunicar o processo de pesquisa por meio de uma autoetnografia que envolveu as minhas vivências e experiências. As diversas formas de adentrar o território boliviano, por meio da viagem ao país, das conversas informais e das visitas não oficiais aos departamentos educacionais, criaram condições para que eu pudesse desenvolver as leituras da legislação, dos textos curriculares e outros escritos com mais significado, ampliando a minha compreensão. As crianças, nos discursos dos textos curriculares, são consideradas como sujeitos de direitos dentro da família e da comunidade, um ser único em permanente desenvolvimento, com características próprias e participantes ativas na construção de sua própria história, em diálogo permanente com seu entorno. O documento orienta que a educação matemática deva ser desenvolvida a partir de diferentes experiências cotidianas da família e da comunidade, para favorecer o desenvolvimento de sua identidade cultural e linguística, no contexto em que vivem. As noções matemáticas destacadas no documento (tamanho, peso, volume, números, distância, espaço e tempo) devem ser articuladas em conjunto com o idioma materno, contribuindo para o desenvolvimento da língua e do pensamento, dentro da cosmovisão originária de sua história de vida e de seu contexto. Embora o sistema educacional não seja a única instituição social que deva reconhecer e expressar a diversidade cultural para promover a interculturalidade, talvez seja a única com maiores possibilidades de impactar a população em grande escala, principalmente as crianças. Ao olhar para os textos curriculares, notei que eles abrem a possibilidade para o desenvolvimento de um pensamento decolonial, criando um espaço epistêmico, a partir dos conhecimentos e saberes elaborados pelas nações e povos do sul global, mostrando outras perspectivas para que se possa olhar para o conhecimento a partir de outras bases, compondo novas linhas de pensamento e posicionamentos. Durante a pesquisa, tive que me voltar constantemente a mim mesma, atenta aos sentidos e aos afetos que me detinham ou me faziam avançar e em muitos momentos me vi obrigada a voltar a minha essência, para me ver e entender os fenômenos que me cercavam. Tudo isso me permitiu explorar outros modos de produção durante a investigação, na relação estabelecida comigo mesma, compreendendo-me como parte do processo, conforme transitava pelos diferentes territórios: geográficos, metodológicos, teóricos, epistemológicos e o meu próprio território existencial. Como conclusão, entendo que algo em minha subjetividade mudou, impactando o meu modo de enxergar o mundo e a cultura. |