Relação entre a ingestão de micronutrientes e alterações citogenéticas e genômicas na obesidade mórbida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Luperini, Bruno Cesar Ottoboni [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143448
Resumo: A obesidade é uma desordem multifatorial que envolve agentes hereditários, ambientais e estilo de vida, e suas consequências não são apenas sociais ou psicológicas, mas estão também relacionadas à presença de comorbidades como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer. Considerando que as alterações genéticas relacionadas à obesidade não são totalmente conhecidas, assim como não se sabe a possível ação da suplementação nutricional sobre tais alterações, o presente estudo teve como objetivo avaliar a relação entre a ingestão de micronutrientes, alterações genéticas e perfil inflamatório em um grupo de 30 mulheres com obesidade mórbida, com idade entre 20 e 45 anos e submetidas à cirurgia bariátrica. A suplementação nutricional consistiu da ingestão (pó diluído em água) de vitaminas e micronutrientes correspondentes a duas DRIs (Ingestão Dietética de Referência) por dia, durante 10 semanas antes e 24 após a cirurgia bariátrica. O total de 30 mulheres eutróficas saudáveis, não fumantes e pareadas por idade às obesas, constituiu o grupo de referência. Todos os parâmetros avaliados nas mulheres obesas foram mensurados em três momentos: antes da suplementação nutricional (M1); 8 semanas após o início da suplementação e uma semana antes da cirurgia bariátrica (M2); e seis meses após o procedimento cirúrgico (M3). Os testes do cometa e do micronúcleo foram utilizados para medir, respectivamente, os níveis de danos primários no DNA e as frequências de alterações citogenéticas em células do sangue periférico. As mulheres obesas, nos três momentos mensurados, apresentaram maiores níveis (p < 0,05) de danos no DNA que as eutróficas (grupo controle). No entanto, seis meses após a cirurgia bariátrica, foi significativa a redução dos danos, quando consideradas apenas as obesas, muito embora os níveis não voltassem a atingir valores próximos ao do grupo controle. Frequências aumentadas de células micronucleadas foram detectas nas mulheres obesas antes da cirurgia bariátrica em relação as eutróficas. Contudo, seis meses após a cirurgia a frequência diminuiu significativamente, ficando semelhante à do grupo controle. Diminuições significativas de citocinas inflamatórias foram observadas nas mulheres obesas, tanto após o início da suplementação de micronutrientes, como após a cirurgia. A avaliação do perfil de expressão gênica pela técnica de microarranjos de DNA mostrou que as mulheres obesas, antes da suplementação nutricional, apresentavam hiperexpressão de genes relacionados a vias de metabolismo energético e lipídico e perfil inflamatório. Após a suplementação, foram observadas modificações no perfil de expressão desses genes, além da modulação de genes de vias como viabilidade celular e reparo de DNA. Por outro lado, após o procedimento cirúrgico e a concomitante suplementação nutricional ocorreu modulação de genes envolvidos em vias de metabolismo energético e processos inflamatórios, possivelmente devido à significativa perda de peso e consequente diminuição do IMC. Concluindo, do ponto de vista genético, este estudo demonstrou a importância da suplementação nutricional em mulheres com obesidade mórbida, antes e após a cirurgia bariátrica, embora não tivesse sido possível discriminar a extensão dos seus efeitos frente à perda de peso ocorrida após o procedimento cirúrgico.