Avaliação da massa óssea em indivíduos obesos mórbidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Crivelli, Marise
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
DXA
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7305
Resumo: Estudos recentes têm sugerido que a massa gorda não exerce efeito protetor sobre a massa óssea em populações heterogêneas. No entanto, pouco se sabe sobre este efeito em indivíduos obesos mórbidos. Alguns dos mecanismos propostos para explicar o potencial efeito negativo da massa gorda sobre a massa óssea sustentam a hipótese de que indivíduos obesos mórbidos possam constituir um grupo particularmente susceptível à perda óssea. As informações nesse grupo são no entanto escassas, em parte devido a limitações metodológicas da primeira geração dos densitômetros por Absorciometria por Dupla Emissão de Raios X (DXA) para avaliação da massa óssea destes indivíduos. Neste estudo utilizamos o equipamento DXA mais recente, que é capaz de avaliar maior área e massa corporal total, permitindo uma avaliação mais adequada. O objetivo deste estudo foi avaliar a saúde óssea de indivíduos obesos mórbidos subdivididos em função do sexo e período fisiológico. três grupos: homens, mulheres na menacme e mulheres na pós menopausa. Participaram do estudo 72 indivíduos obesos mórbidos (IMC>40 kg/cm2), divididos em três grupos: mulheres na menacme (n=37), mulheres na pós- menopausa (n=22) e homens (n=13). A composição corporal e a área, conteúdo (CMO) e densidade (DMO) mineral óssea total e de sítios específicos (coluna lombar, fêmur proximal e antebraço) foram avaliados por DXA (LUNAR- iDXA). Foram realizadas medidas antropométricas e exames bioquímicos do metabolismo ósseo. A comparação entre os grupos foi realizada por análise de variância (ANOVA) seguida pelo pós-teste de Fischer (LSD). As associações entre as variáveis estudadas foram avaliadas por correlação de Pearson e por correlação parcial. Foi utilizado nível de significância de 95%. Os participantes do estudo apresentaram, em média, valores de T e Z score adequados em todos os sítios estudados. Tal como na população geral, os homens apresentaram maior CMO e maior área óssea (P<0,001) que as mulheres na menacme e na pós-menopausa em todos os sítios avaliados. No entanto, os homens apresentaram menor Z- score na coluna lombar, no fêmur total e no antebraço (P<0,05). Diferente do esperado, não observamos diferença significativa entre as mulheres na menacme e mulheres na pós-menopausa em nenhum parâmetro ósseo avaliado. Em média, as concentrações de 25-hidoxivitaminaD [25(OH)D], Paratormônio (PTH), Osteocalcina e Telopeptídeo carboxiterminal do colágeno tipo I (CTx) estavam adequadas e não houve diferença entre os grupos estudados. Considerando os 3 grupos em conjunto, vários parâmetros ósseos apresentaram correlação positiva (r>0,30, P<0,05) com a gordura corporal total. Após ajuste pela massa corporal total (correlação parcial), a gordura corporal total (kg) passou a apresentar correlação negativa com a área óssea de corpo total (P<0,001; r=-0,51), de coluna lombar (P<0,01; r=-0,40) e de fêmur total (P<0,001; r=-0,57), e com o CMO total (P<0,001; r=-0,51) e de fêmur total (P<0,001; r=-0,47). Quando os grupos foram avaliados separadamente, apenas nas mulheres na pós-menopausa foram observadas associações negativas entre massa gorda (kg) e a área, conteúdo mineral ósseo(CMO) e densidade mineral óssea( DMO) de fêmur total (r<-0,47; P<0,05). Nossos resultados sugerem que, descontado o efeito da massa corporal, a gordura parece influenciar negativamente a massa óssea, especialmente nas mulheres na pós-menopausa. No entanto, não havendo evidência de inadequação da massa óssea nos pacientes estudados, é possível que o efeito mecânico benéfico da massa corporal sobre a massa óssea tenha sido capaz de se sobrepor ao efeito prejudicial da gordura sobre a mesma