Avaliações externas e a formação continuada de professoras de matemática na educação básica: sobre elementos constitutivos do agir comunicativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Postingue, Thais Paschoal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
AAP
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/253245
Resumo: A literatura sustenta convergências em salientar que as formações inicial e continuada de professores para avaliar as aprendizagens de habilidades concernentes ao componente curricular de Matemática na Educação Básica priorizam dimensões instrumentais de uma racionalidade técnica. Configura-se, assim, como imperativa, a explicitação objetiva e fundamentada de condições de possibilidade de ações antagônicas a tal cenário adverso. Com o objetivo de fomentar conhecimentos comprometidos com a inconteste necessidade de superação desta hegemonia sistêmica, o presente trabalho, ancorado em pautas que definem a atuação profissional dos professores, empreendeu análises voltadas para a proposição de elementos constitutivos do Agir Comunicativo, a saber, de elementos com potencial de fomentar interações dialógicas e negociações discursivas necessárias para a construção de consensos intersubjetivos. De modo mais específico, o presente estudo concentrou ênfase em discutir e analisar as implicações para a formação continuada de professores de Matemática da exposição obrigatória dos estudantes às avaliações externas no Estado de São Paulo: ao Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) e à Avaliação da Aprendizagem em Processo (AAP). Fundamentado na Teoria da Ação Comunicativa de Jürgen Habermas, pretende-se gerar conhecimentos sobre a natureza de possíveis vinculações entre a política, a documentação e a instrumentalização necessárias para a implementação desta política pública educacional de avaliação do desempenho escolar e o discurso de professoras expostas cotidianamente a tal política pública. Apresenta-se um trabalho de natureza qualitativa, baseando em um estudo de caso em uma escola estadual no interior paulista, desenvolvido a partir de análise documental sobre os resultados do SARESP, as habilidades avaliadas pelas AAPs e os respectivos desempenhos por período letivo (anos e séries) do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio considerando os itens (questões) vinculados a tais desempenhos, além de entrevistas semiestruturadas realizadas com professoras de matemática e a coordenação pedagógica. Da análise dos resultados do SARESP, das habilidades avaliadas da AAP, dos desempenhos vinculados e das entrevistas realizadas, podemos evidenciar que as professoras de matemática desconhecem várias informações produzidas pela execução dos instrumentos de avaliação. Argumenta-se que tais informações, embora tenham potencial para o desenvolvimento profissional, diante do desconhecimento das docentes são eivadas da dimensão formativa que poderiam exercer por orientações assertivas, fundamentando atos de fala em interações discursivas sobre dimensões das avaliações externas e em larga escala, produzidas no interior das próprias instituições de ensino. Diante desses resultados, a Teoria da Ação Comunicativa de Habermas é apresentada como subsídio para que professoras de matemática possam analisar restrições formativas que o desconhecimento do potencial analítico que uma avaliação externa possa vir a ter e inseri-los, como elementos constitutivos, em uma situação que favoreça o pensar em sua formação e em sua ação, privilegiando espaços públicos de negociações discursivas para a construção de consensos e de entendimentos mediados pelas interação autênticas entre pares.