Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Fraga, Lisiane Abruzzi de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/216279
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Resumo: |
A importância de processos educativos que abordem a questão agrária e os problemas socioambientais é evidente no momento político que estamos vivendo no Brasil, no qual ocorre intensificação das propagandas do agronegócio nas mídias, ocultando os problemas socioambientais. Enfatizamos ser responsabilidade dos(as) educadores(as) a democratização dos conhecimentos acerca dos conflitos socioambientais e da existência de outros modos de produção (de alimentos e de culturas) em nossas sociedades. Consideramos que o acesso aos conhecimentos acerca da multiplicidade de nossos modos de produção e de como afetam o ambiente e as pessoas que compartilham a vida neste planeta, não ocultando os conflitos socioambientais, pode potencializar a criação de sociedades socioambientalmente justas. Esta pesquisa teve como objetivo contribuir para compreensão desses processos educativos no campo da Educação Ambiental. Para isso, analisamos as interações discursivas durante uma prática educativa vivenciada junto a estudantes da educação básica (anos finais do Ensino Fundamental II e primeiro ano do Ensino Médio) em três escolas públicas do interior de São Paulo (uma rural, uma de assentamento rural e uma urbana). Para construção das atividades, selecionamos assuntos veiculados pelas mídias relativos à questão agrária ligados a problemas socioambientais. A partir desses pontos temáticos, utilizando como referenciais as propostas de teatro-ação de Augusto Boal, os trabalhos de Paulo Freire e as dimensões da Educação Ambiental elaboradas por Luiz Marcelo de Carvalho, construímos atividades de produção de dramatizações, de desenhos/imagens e de roteiros coletivos nos quais os(as) estudantes experimentaram, através dos(as) personagens, diferentes papéis sociais em situações envolvendo problemas socioambientais. Objetivamos, com isso, compreender junto aos(às) estudantes, a partir de análises das interações discursivas, as possibilidades e os limites de ação das pessoas visando o “bem viver” coletivo (na perspectiva do pensamento decolonial), constituindo uma pesquisa-ação-participante. Nossas análises, utilizando como referenciais textos escritos pelo círculo de Bakhtin e Norman Fairclough, apontam que, diferente do ocorrido nas escolas rurais, nos discursos dos(as) estudantes da escola urbana e nos nossos (falas da professora/pesquisadora) são atribuídas maiores possibilidades de ação às pessoas com maior grau de escolaridade. Além desse aspecto da colonização dos discursos, observamos outros que atravessam nossos modos de pensar e de ser, sustentando relações de poder que limitam os diálogos de saberes e as possibilidades de ações políticas transformadoras. Contudo, são perceptíveis transformações nos discursos dos(as) estudantes e nos nossos quando os pensamentos experienciados concretamente no teatro-ação são testados socialmente por nós no mundo da vida. Isso pode contribuir para a superação de visões subjetivistas e deterministas ou para a democratização dos conhecimentos/saberes através da movimentação de discursos entre os gêneros cotidianos e as formações discursivas estáveis, favorecendo processos de transformação social com vistas ao “bem viver” coletivo. |