Subjetividades tolhidas: a manifestação do pensamento frente ao critério de avaliação da redação do Exame Nacional do Ensino Médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Estevam, Daniel Leone [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183483
Resumo: A dissertação intitulada Subjetividades tolhidas: a manifestação do pensamento frente aos critérios de avaliação da redação do Exame Nacional do Ensino Médio tem como objetivo defender que há, neste Exame, uma ideologia que nasce da política e não dos campos da Linguística e da Educação, a qual “determina” o critério de nulidade de avaliação da proposta de redação, de modo que, embora haja aspectos linguísticos na grade de correção que ganham o estatuto de critério para a avaliação do texto produzido pelos candidatos do Enem, subjaz, a essa grade, um critério sumário: defender o Direito Humano (DH) não escolhido pelas diretrizes políticas do Enem faz com que a redação seja anulada. Lastreiam este estudo diversos autores da Análise do Discurso de tradição francesa (AD), como Foucault (1979, 1996, 1999 e 2008) e Pechêux (1987, 1990), pioneiros em uma análise discursiva voltada para a compreensão, no primeiro caso, sobre como as instituições regulam o dizer e, no segundo, sobre de que maneira o discurso é afetado pela ideologia. Os estudos de Michel Foucault nos ofereceram evidências para demonstrar que há um cerceamento da subjetividade do candidato egresso do Ensino Médio na defesa do ponto de vista no Enem, mesmo quando o ponto de vista defendido não coincide com o seu. Os estudos de Michel Pechêux, por outro lado, permitiram compreender como sujeitos e sentidos constituem-se em um só movimento em relação à ideologia. Recorreu-se aos estudos sobre a paráfrase, ancorados em Fuchs (1982, 1994, 2012), a fim de demonstrar que a principal estratégia para se manter uma discursividade alinhada à do Enem é assumir que a paráfrase de textos constitucionais ou jurídicos é a melhor estratégia, uma vez que é o mecanismo jurídico (e não o educacional) o mais adequado instrumento pelo qual se pode defender um DH nos limites de proposta de redação do Enem. Nesse sentido, foram angariadas algumas redações da edição do exame de 2015, cujas pontuações foram de altíssimo desempenho, buscou-se identificar, qualitativamente, o recurso da paráfrase a partir da leitura da teoria de Fuchs no que toca à defesa de um ponto de vista já estabelecido no tema e na coletânea da proposta de redação. Quanto à concepção de DH, ponto ideológico e de partida desse estudo, recorreu-se a leituras de Lefebrve (1966), Vovelle (1986) e Bobbio (1992), bem como a outros juristas menores, a fim de explicitar qual a natureza de um DH a partir da perspectiva histórica do nascimento de tais direitos para entender suas implicações jurídicas que fomentam e ancoram as escolhas e diretrizes políticas do Estado de Direito.