A dialética entre a intervenção pedagógica no jogo de papéis e o desenvolvimento psíquico da criança contemporânea em idade pré-escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sena, Silvio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153067
Resumo: Vinculada à linha de pesquisa Processos Formativos, Infância e Juventude, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia - FCT/UNESP, Campus de Presidente Prudente, esta tese se originou da premissa de que, na proposição dos documentos oficiais, a brincadeira e as interações se configuram como atividades-eixo da Educação Infantil e, na perspectiva da psicologia histórico-cultural, o jogo de papéis sociais ocupa o status de atividade-guia do desenvolvimento psíquico da criança contemporânea em idade pré-escolar. Como resultado do problema revelado na existência de poucos estudos voltados às formas e meios de se intervir de forma indireta e direta no jogo de papéis sociais, elege esse tipo de intervenção como objeto central de estudo. O objetivo geral visou a analisar e interpretar as interferências da intervenção pedagógica no jogo de papéis para o desenvolvimento psíquico da criança contemporânea em idade pré-escolar. Os objetivos específicos cumpriram a intenção de intervir e mensurar, a partir dos elementos estruturais do jogo de papéis, o nível de jogo praticado pela criança em idade pré-escolar e estabelecer, de maneira dialética e integrada, a correlação entre o avanço do nível de jogo praticado e os elementos que medeiam e conformam o processo de humanização da criança em idade pré- escolar, na tendência do enfoque histórico cultural, a saber: o biológico, o histórico-cultural e a atividade. O referencial teórico se revelou no enfoque histórico-cultural, compreendido como base epistemológica que abarca o marxismo, a psicologia histórico-cultural e a pedagogia histórico-crítica. Participaram vinte crianças de uma turma de pré-escolares com idade de três anos e dez meses a quatro anos e dois meses de uma escola da rede pública municipal de uma cidade do Extremo-Oeste do Estado de São Paulo. O trabalho empírico se subdividiu nas fases de constatação diagnóstica inicial, de intervenção e de constatação diagnóstica conclusiva. A metodologia se caracterizou como pesquisa-intervenção e os dados advieram de observação participante, de registros cursivos em caderno de campo, de fotografias e de filmagens. As categorias de análise específicas surgiram dos elementos estruturais do jogo de papéis, em destaque: “caráter das ações”, “utilização de objetos substitutos”, “adoção de um papel”, e, “relação com os coetâneos”. A análise dos dados produzidos culminou em resultados que permitiram concluir que: a ênfase concedida ao jogo de papéis no contexto educacional não deve se articular a concepções de cunho espontaneísta, utilitário ou propedêutico; no contexto educacional formal da pré-escola, o jogo de papéis deve ser estimado como atividade-guia do desenvolvimento psíquico da criança contemporânea em idade pré-escolar; a intervenção pedagógica direta no jogo de papéis não deve transgredir o conteúdo e a sequência de ações perseguida por aquele que brinca; formas indiretas são as mais adequadas para se intervir no jogo de papéis, com o propósito de enriquecer o conteúdo e as possibilidades de sequências de ações; e, a adequada intervenção pedagógica no jogo de papéis justifica e dota de sentido função social da escola e do professor pré-escolar, entre outras. Com base no arcabouço teórico, no trabalho empírico e nas conclusões destacadas, comprovou-se o pressuposto, que delineou a tese, de que a intervenção do professor pré-escolar no jogo de papéis não deve se limitar à circunscrição da organização prévia dos espaços e dos materiais para a efetivação do brincar infantil. Além disso, cabe a esse professor intervir de forma indireta e direta nessa forma de atividade, com vistas a promover o avanço do nível do jogo de papéis e, por consequência, o desenvolvimento psíquico da criança pré-escolar.