A Ibéria decadente e o patrimonialismo persistente: o pensamento político de Raymundo Faoro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Reis, Milton Andreza dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/162099
Resumo: Esta tese de doutorado é resultado de uma pesquisa, onde executamos uma investigação sociológica sobre o pensamento político do jurista brasileiro, Raymundo Faoro (1925/2003). Intelectual versado nas mais influentes áreas das ciências sociais, entendemos, seus trabalhos expressam uma interpretação do Brasil, no qual a colonização portuguesa, foi decisiva para o estabelecimento de um Estado, elaborado para atuar como protagonista da organização social, muitas vezes, em detrimento do liberalismo e da própria democracia. Neste sentido, propomos uma tese acadêmica, que teve como fim responder a questão: qual o significado da colonização portuguesa, na avaliação realizada por Raymundo Faoro, em sua interpretação da formação social do Brasil? Com isso, buscamos as singularidades de forma e conteúdo da sua narrativa, o inserindo em uma tradição de interpretes brasileiros e portugueses, destacados por apontar o patrimonialismo, como o principal legado do período em que fizemos parte do Império ultramarino lusitano. Em nossa tese, Raymundo Faoro, ao abordar a herança colonial ibérica, como o principal fator causador do nosso atraso político e social, realiza uma interpretação negativa da cultura ibérica portuguesa, assim, como também estritamente cética, quanto as possibilidades da sociedade civil brasileira, em superar esse obstáculo. O analisamos abordando seu trabalho elementar: “Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro” (1958), num processo de comunicação entre o seu texto, o contexto e seu repertório sociológico. Ao mesmo tempo, mobilizamos a mais relevante bibliografia, sobre a formação do Estado absolutista em Portugal e sua transmigração para o Brasil, no intuito de pensar as relações entre Estado e sociedade civil, registrando o lugar da obra e do autor entre os Interpretes do Brasil.