Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Fraig, Tark |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/253881
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Resumo: |
O objetivo da presente dissertação é investigar, a partir do livro O mestre ignorante de Jacques Rancière, o pensamento da igualdade das inteligências, destacando suas relações com a pobreza e com a emancipação. Buscamos, assim, derivar desse princípio suas consequências éticas e políticas fundamentais. Jacques Rancière, filósofo que oferece atenção especial a escândalos e polêmicas, apresenta-nos, a partir da aventura intelectual de Joseph Jacotot, educador francês do século XIX, o princípio da igualdade das inteligências: todas as inteligências são iguais. Embora uma noção nascida das preocupações de um educador com a sua prática, o pensamento logo transbordou os limites da pedagogia para questionar os fundamentos supostamente naturais de diversos tipos de dominação: a dos governados pelos governantes, a das mulheres pelos homens e a dos pobres pelos ricos, para enumerar apenas alguns exemplos. Isso porque a igualdade das inteligências ataca diretamente a parábola do “mundo dividido”, segundo expressão de Rancière, entre inteligências cultivadas e rudimentares, espíritos sábios e ignorantes, capazes e incapazes, melhores e piores, competentes e incompetentes. Rancière identifica a aptidão, a qualidade do espírito, como fundamento das relações hierárquicas de dominação: quem está acima, é porque possui um título, uma axiai, um traço distintivo que lhe confere o direito de sua superioridade; quem está abaixo é a grande massa anônima sem qualidades, sem cultura, sem educação, sem gosto refinado, sem dinheiro no banco nem parentes importantes. Vista pelo aspecto crítico, a igualdade das inteligências questiona essa lógica (chamada por Rancière de “sociedade pedagogizada”) que identifica a posição social com o pertencimento a uma “divisão sensorial” da humanidade, evocando, dessa forma, um diálogo com a concepção de pobreza. Vista pelo seu aspecto criativo, a igualdade das inteligências aponta para novas formas de sociabilidade entre indivíduos e coletivos, não a partir da redução das desigualdades entre sábios e os ignorantes, mas a partir da verificação da igualdade das inteligências, visando, assim, a multiplicação indefinida dos laços igualitários e da riqueza comum – a emancipação do povo. |