Desenvolvimento moral e a questão das trocas simbólicas: um estudo de epistemologia genética com crianças de bairros marginalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Martins, Maíra de Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181722
Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo o estudo do desenvolvimento moral e da troca simbólica junto à crianças de bairros marginalizados, ou seja, crianças que vivem na pobreza e sofrem opressão social. Por serem crianças que vivem essa condição social, sofrem relações de opressão e vivem uma “cultura do silencio” que dificulta o desenvolvimento das suas capacidades cognitivas e dos seus sentimentos morais. Deste modo, nos perguntamos: de que modo esse meio social influi no desenvolvimento moral dessas crianças, particularmente dos seus julgamentos morais? Para responder a essa questão, estudamos as relações de crianças de 7 a 12 anos com os membros que as rodeiam. A pesquisa se cumpre em uma instituição social localizada em um bairro de periferia da cidade do interior de São Paulo. Por meio de entrevistas, verificamos os julgamentos morais em função da mentira das crianças, a partir de histórias elaboradas por Piaget e levantamos as trocas simbólicas no seio familiar e institucional. No ambiente familiar, estudamos o seu cotidiano onde se produz o cumprimento de obrigações e deveres, brincadeiras, conflitos com autoridades e iguais. No ambiente institucional, estudamos o modelo de relação existente, se há a possibilidade de trocas simbólicas e reflexão sobre as atividades feitas. O referencial teórico principal foi o de Jean Piaget. Nossas conclusões apontam para uma relação entre os julgamentos morais e as trocas simbólicas. As crianças que apresentaram uma tendência de julgamentos morais autônomos foram aquelas cujo no meio familiar apresentavam maiores oportunidades de trocas entre os familiares. A maioria das crianças, contudo, apresentaram juízos morais mais elementares. Nesse sentido, consideramos que a ausência da troca simbólica é fator importante para a dificuldade no desenvolvimento moral, e no caso das crianças em questão, é a ausência desta possibilidade, tanto no seio familiar quanto social, que desfavorece seu desenvolvimento moral, pois não possuem oportunidade de compreender suas realidades morais pelo fato da opressão social em que vivem.