Fragilidades e inconsistências do modelo unicausal de acidentes do trabalho diante de concepções sistêmicas e análise ergonômica do trabalho: o caso de uma caldeiraria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Mendes, Renata Wey Berti [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/98478
Resumo: Partindo das hipóteses de que a freqüente ocorrência de acidentes semelhantes em sua causalidade pode estar relacionada com a estreita concepção mücausal de acidentes e de que compreendendo a atividade normal e a percepção dos operadores sobre a causalidade de acidentes é possível ampliar o leque da análise dos acidentes, esta pesquisa teve o objetivo geral de explorar concepções de acidentes do trabalho presentes em relatórios de análises de casos e no discm'so de diferentes profissionais em caldeiraria de empresa metalúrgica de médio porte. Método. Conhecimento da empresa e análise das atividades habituais de trabalho no setor de caldeiraria, com base na Análise Ergonômica do Trabalho; e conhecimento sobre as concepções de acidentes do trabalho, analisando os vá..rios discursos presentes na empresa. com base na estratégia metodológica da Análise de Conteúdo de Discursos. Resultados. Constatou-se que a concepção de acidentes como originados no ato inseguro é a que prevalece nos discursos da empresa, presentes no s relatórios e nas falas de chefias e de alguns operadores. Os operadores também expressam concepção multicausal sobre acidentes do trabalho, que leva em conta fatores individuais e coletivos, ambientais e organizacionais na gênese dos acidentes. O traballlO habitual no setor inclui variabilidades que exigem o uso de estratégias, regulações e adoção de modos operatórios, que se podem considerar degradados. Conclusão. O estudo mostra que a gestão formal da segurança desconhece o trabalho normal. A gestão da produção em situação real de trabalho, com uso de meios precários, necessidade de retrabalho. atuando em espaços insuficientes, etc, introduz pressões de tempo e outro s fatores que ensejam a necessidade de constantes regulações pelas chefias e operadores as quais, por sua vez, enfraquecem a segurança real.