Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Maciel, Daniele Pimentel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-08032024-100014/
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Resumo: |
Nos processos judicias que tramitam na justiça do trabalho brasileira, a ergonomia é utilizada para a avaliação de situação de trabalho envolvendo principalmente ações relacionadas a adoecimentos osteomusculares. A ergonomia aplicada ao campo de atuação pericial é condicionada pelo contexto próprio do direito do trabalho e da medicina do trabalho, que condicionam a ação ergonômica. Em contexto pericial, a ergonomia é essencialmente instrumentalizada para a verificação da existência de nexo causal entre o adoecimento e o ambiente de trabalho. A aplicação da ergonomia sob essa ótica é reducionista diante da complexidade do trabalhar. A ergonomia da atividade, por ser uma disciplina interdisciplinar e ter como objeto de estudo o trabalho em situação concreta, com entendimento de que todo trabalho é contextualizado, permitiria uma abordagem mais abrangente do trabalho e dos determinantes do adoecimento. Entretanto, esses pressupostos teóricos e de ação se encontram inseridos na dinâmica do processo judicial e suas condicionantes. Diante disso, qual a contribuição da ergonomia da atividade para a atividade pericial? Quais as dificuldades e estratégias adotadas pelos peritos de ergonomia para contornar os constrangimentos à ação ergonômica da situação pericial? Para isso foi realizado uma pesquisa qualitativa utilizando entrevistas semi-estruturadas com peritos judiciais com formação em ergonomia e atuantes em diferentes varas de trabalhos. O resultado dessa pesquisa revelou que a ação ergonômica em atividade pericial é direcionada aos aspectos visíveis do trabalho, com dificuldade para análise de variabilidade e com demanda pré-determinada e direcionada ao segmento do corpo atingido pela doença. Há uma dificuldade e, no limite, um impedimento para avaliação dos aspectos vinculados à organização do trabalho decorrente tanto da atividade pericial como de conhecimento sobre o tema. O trabalho do perito é individualizado, com dinâmica de reconhecimento mais instrumental e com forte constrangimento temporal. Esses resultados levam a reflexões sobre a atuação da ergonomia da atividade no campo pericial, porém a utilização de seus pressupostos possibilitaria a ampliação do olhar sobre o adoecimento dos trabalhadores. |