Adolescente com deficiência intelectual acolhido em um abrigo institucional: dupla exclusão?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Maria do Socorro Castelo Branco Mourão [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148614
Resumo: Esta tese de doutoramento se propõe a analisar a história de vida de um adolescente com deficiência intelectual residente em unidade de abrigo institucional. Conduzimos a investigação com base em duas grandes questões: 1) Como este adolescente, duplamente excluído, por abandono e deficiência, interpretou sua situação de vida e como suas percepções foram incorporadas; 2) e sobre sua história de vida e expectativa de vida adulta, as quais foram: trabalho, profissionalização, relacionamentos afetivos e sexualidade. Tivemos, como objetivo geral, resgatar a história de vida de um adolescente, acolhido em uma unidade de abrigo institucional e, como objetivos específicos, resgatar a sua história de vida do ponto de vista de suas narrativas: sobre a sua escolarização, modalidade de ensino e trajetória e analisar sua percepção sobre o seu processo de escolarização. Trata-se de uma pesquisa qualitativa tendo por base o método História de Vida. Para a coleta de dados, utilizamos entrevista aberta, contendo temas que possibilitaram conhecer a trajetória de vida do adolescente em estudo. A narrativa do sujeito permitiu construir quatro temas: 1 – História de família: marcas das saudades; 2 – História do abrigo: marcas da exclusão; 3 – História da escolaridade: inclusão, afinal? 4 – História de perspectiva de futuro e transição para a vida adulta. Perspectivas inclusivas? O estudo revelou que o adolescente, como qualquer outro de sua idade, possui sonhos e perspectivas de futuro, os quais, mediante sua história de vida e a realidade em que se encontra no abrigo institucional, provavelmente, terá dificuldades de concretizar. Conforme Sávio (nome fictício), sua escolarização é complexa e não consegue acompanhar o processo de ensino e aprendizagem dos demais alunos do ensino regular. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê uma legislação eficiente que proporciona viabilidade de uma práxis transformadora de inserção social e de superação da exclusão social. No entanto, nos deparamos com esta pesquisa, que sugere à unidade de acolhimento necessidade de mudanças reais em seus paradigmas e (re) significações de seu espaço institucional para que crianças e adolescentes acolhidos possam exercer seus direitos de retornarem ao convívio familiar e suas institucionalizações não se tornem naturais e perenes. Para os que não puderem ser (re) inseridos na família, o abrigo necessita ser espaço de real (re) construção de vidas. Desta forma, a instituição abrigo, em sua maioria, carece re (ver) seus paradigmas e re (significar) seus espaços institucionais no sentido de fazer valer o direito às Crianças e adolescentes de terem direitos.