Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferrari, Irene Rogatti Portero [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235939
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Resumo: |
A violência contra a mulher é um grave problema de saúde pública no Brasil que tem sustentado altos índices de ocorrência mesmo com uma legislação específica destinada a coibi-la. Essa violência é multicausal e multidimensional, porém, também expressa o resultado de uma ordem social que foi historicamente fundamentada em relações sociais assimétricas, que conferiram aos homens autorização para exercer seu poder sobre as mulheres a partir da desqualificação do feminino. No entanto, não existe uma dominação masculina exercida por todos os homens de forma irrestrita, de forma que não são todos os homens que estão posicionados hierarquicamente no topo das relações sociais. Da mesma forma, não são todos os homens que se utilizam dos seus privilégios para subjugar e violar as mulheres em seus direitos. Portanto, deve-se estabelecer uma relação entre a violência e certas masculinidades e não com o homem enquanto categoria fechada. A partir disso, este estudo teve como objetivo verificar quais são as masculinidades envolvidas nas violências contra a mulher, de forma que este conhecimento pudesse subsidiar um guia para o trabalho com homens autores de violência doméstica, atendendo as ações previstas nos artigos 22, 35 e 45 da Lei Maria da Penha. Para isso realizou-se um levantamento bibliográfico e uma análise crítica da literatura relevante. Conclui-se que o modelo tradicional de masculinidade construída no Brasil a partir da modernidade esteve vinculado aos símbolos de poder do homem europeu, ou seja, a branquitude e a heterossexualidade, bem como aos ideais viris e burgueses, presentes na imagem do herói e do homem portador do progresso, respectivamente. Estes fatores somados às raízes patriarcais cristãs brasileiras fundamentaram o modelo tradicional da masculinidade baseado na subordinação e hierarquização de gênero. Verificou-se a permanência do modelo tradicional nas masculinidades contemporâneas, seja a partir de um reavivamento dos mitos da masculinidade e do retorno do herói, ou a partir das reatualizações de poder nas masculinidades alternativas. Portanto, é imperativo um trabalho interventivo com homens autores de violência que abordem as masculinidades a partir de eixos que promovam a reflexão acerca dos elementos vinculados à construção da identidade masculina, além de possibilitar a problematização acerca dos seus sentidos e significados, e a desnaturalização de posições e concepções de gênero que recaiam na gramática da violência e opressão da mulher |