Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Lorena Padilha |
Orientador(a): |
Guizardi, Francini Lube |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54444
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Resumo: |
A Lei Maria da Penha prevê o atendimento aos homens autores de violência (HAV) em “centros de reabilitação” traduzidos, na prática, em atividades grupais. A partir dessa lei nota-se uma proliferação da atividade em todo o país. Por este contexto, esta pesquisa se debruçou no estudo de como o trabalho grupal com os HAV incide na violência de gênero. Foi realizado um diagnóstico das ações grupais em todo o país, com a identificação final de 309 experiências, procedimento que subsidiou a aplicação de um questionário, por meio eletrônico, que contou com a participação de 271 serviços. Foram 35 perguntas que buscaram compreender o funcionamento, a metodologia e avaliação do projeto grupal. Em um segundo momento, realizou-se a análise documental dos relatórios do grupo reflexivo de gênero: “Espaço Fala Homem” (EFH), uma experiência do sudeste brasileiro. Com a lupa de análise dos estudos de gênero e masculinidades, tivemos acesso aos registros da equipe facilitadora e falas dos participantes, organizadas nas categorias: o homem e o ato violento; a vivência da rede de responsabilização; processo de subjetivação de homens e mulheres; lealdade entre os homens e considerações sobre a atividade. O encontro com as iniciativas confirmou hiatos como a ausência de política pública nacional que acolha e impulsione as organizações locais; a falta de formação continuada da equipe de facilitação; necessidade de ampliação dos espaços de interlocução entre o acadêmico e a prática; pouco ou nenhum aporte financeiro destinado ao trabalho e, principalmente; a fragilidade na avaliação e monitoramento das atividades. Por mais que os grupos se coloquem como estratégia de mobilização das estruturas societárias para a construção de relações de gênero mais justas e equitativas, ainda nos deparamos com intervenções restritas à extinção do comportamento violento daquele participante, uma perspectiva individualista que nos parece ser fruto das dificuldades e obstáculos encontrados pelos projetos brasileiros para sua consolidação. Ainda assim, os grupos se configuram como mecanismos indispensáveis para prevenção e enfrentamento do cenário de violência contra a mulher, a partir da oferta de um espaço de reflexão junto aos HAV. |