Avaliação da mobilidade de íons e metais da vinhaça através de ensaios de colunas em solo da Formação Rio Claro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Thelma Maria [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157208
Resumo: No processo industrial da produção sucroalcooleira um dos efluentes gerados é a vinhaça, que se destaca pelo grande volume com que é produzida e pelo alto potencial fertilizante, característica que possibilita seu aproveitamento em atividades agrícolas, no entanto, a vinhaça também possui alto poder poluente. Neste contexto, o uso da vinhaça na fertilização de cana-de-açúcar, embora seja uma prática aceita, deve ser realizado de forma controlada, sendo regulamentado no Estado de São Paulo pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB através da Norma Técnica P4.231. Devido a composição da vinhaça ser muito variável não há como estabelecer doses fixas, assim, atualmente as dosagens de aplicação no solo são calculadas em função das necessidades da planta em relação ao potássio, sendo consideradas a capacidade de troca catiônica do solo e as concentrações de potássio no solo e na vinhaça. Todavia, além da oscilação composicional da vinhaça, seus efeitos sobre cada tipo de solo também são muito diversos, podendo modificar parâmetros hidráulicos do solo e, consequentemente, alterar a velocidade de percolação da água e dos contaminantes presentes na solução. Diante desta problemática, para avaliar o uso da dosagem calculada pela Norma P4.231 da CETESB, foram realizados ensaios laboratoriais de percolação a carga constante, em colunas com amostras de solo arenoso da Formação Rio Claro previamente infiltradas com as doses de 0 (testemunho), 55 (equivalente a dose máxima permitida pela CETESB), 80, 400 e 800 m3/ha. A aplicação destas doses permitiu a avaliação de seus efeitos nos parâmetros hidráulicos do solo estudado e a possível geração de diferentes graus de contaminação nos efluentes percolados, implicando um potencial risco para a água subterrânea e superficial. Os resultados obtidos indicam que com a aplicação das doses de 55 e 80 m3/ha houve um aumento na capacidade de retenção do solo, fator este positivo tanto para o aspecto fertilidade do solo quanto ao ambiental. Entretanto, com a aplicação de doses elevadas como as de 400 e 800 m3/ha observa-se uma queda progressiva na capacidade de retenção do solo, que implica em perdas por lixiviação e consequente aumento nas concentrações de sólidos totais dissolvidos, cloreto, fluoreto, acetato, carbono orgânico total, alumínio, ferro, manganês e zinco, que em algumas amostras apresentaram concentrações superiores aos valores de referência ambiental e de potabilidade adotados podendo, portanto, gerar riscos à qualidade do solo e da água subterrânea tornando-a imprópria para consumo humano. Quanto à condutividade hidráulica saturada, os valores obtidos para a coluna com 55 m3/ha foram muito similares aos obtidos na coluna sem aplicação de vinhaça, indicando que para o solo estudado esta dosagem não trouxe nenhuma alteração significativa, porém, com o aumento das dosagens houve redução gradual destes valores. Com base nos resultados obtidos para a configuração dos testes laboratoriais realizados, pode-se afirmar que, a aplicação de vinhaça na dose máxima estabelecida pela norma P4.231 CETESB (2015) não apresentou riscos à qualidade do solo estudado e da água subterrânea.