Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Prearo-Lima, Rafael |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213646
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Resumo: |
Ancorados nos princípios teórico-metodológicos da Análise do Discurso francesa (AD), nosso objetivo é analisar como os evangélicos são representados no campo humorístico. Para tanto, além de noções das Ciências Sociais com as quais a AD dialoga, como a noção de estereótipo social, ligada aos estudos da Psicologia Social, os seguintes conceitos e noções orientam nossas análises: cenas validadas (MAINGUENEAU, 2008a, 2013), ethos discursivo (MAINGUENEAU, 1997, 2008a, 2008b, 2013), simulacro (MAINGUENEAU, 2008b; POSSENTI, 2013), campo e habitus (BOURDIEU, 1989, 1996, 2003), campo discursivo (MAINGUENEAU, 2008a), prática discursiva (FOUCAULT, 2008 [1969]; MAINGUENEAU, 1997; 2008c). Além disso, como teoria auxiliar, recorremos a autores que discorrem sobre o riso/risível (entre outros, BERGSON, 1983 [1900]; FREUD, 1905; RASKIN, 1984; PROPP, 1992; SKINNER, 2002; MINOIS, 2013). O corpus de análise é composto por 65 peças, todas disponíveis no meio digital, abarcando diferentes gêneros do discurso humorístico (charges, tirinhas, memes, piadas, anedotas, chistes e desnotícias, vídeos). Para fins didáticos, organizamos essas peças em quatro grupos temáticos segundo os quais os evangélicos tendem a ser mais frequentemente representados, a saber: o das questões relativas a sua corporalidade (aspectos físicos) e a sua conduta (aspectos morais), o da prática evangelística, o da coleta e da entrega de dízimos/ofertas e o do sobrenatural. Também analisamos diferentes gêneros do discurso religioso, que serviram para sustentar o funcionamento do discurso evangélico e descrever seu habitus, dados necessários para a compreensão dos discursos produzidos no campo humorístico. Considerando os quatro grupos temáticos, as análises indicam que os evangélicos são representados no discurso humorístico da seguinte forma: quanto a seu/sua (a) corporalidade e conduta, como caretas, antiquados, pessoas controladas e que não podem/devem pensar por si só em decorrência de terem sofrido lavagem cerebral; (b) prática evangelística, como chatos, insistentes, por importunarem outros a abraçarem sua fé; (c) prática de dar/coletar dízimos/ofertas, pastores e denominações são representados como mercenários, por promoverem a mercantilização da fé; (d) postura face ao sobrenatural, pastores são representados como charlatões, por se valerem da illusio evangélica a fim de promover curandeirismo em atos ditos sobrenaturais, mas configurados como fingimento, encenação. Os resultados também indicam que essas representações são simulacros da prática discursiva dos evangélicos, o que significa que esse grupo é representado no campo humorístico não apenas a partir de seus aspectos verbais, como também de seus aspectos sociais. Outra constatação é a de que tais representações tendem a ser a mesmas, independentemente da fonte, isto é, os evangélicos são representados da mesma forma tanto a partir do discurso evangélico, quanto de outros discursos (não-evangélicos). Dentre as vertentes do discurso evangélico, as mais frequentemente representadas são as pentecostais e as neopentecostais, possivelmente por sua exposição midiática. Em relação aos tipos mais comuns estão os pastores evangélicos, geralmente representados de forma negativa, como autoritários, controladores, líderes que buscam meios para obter vantagens financeiras. |