O que dizem famílias homoparentais sobre as relações estabelecidas com a escola de seus filhos: tensões entre aceitação e discriminação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Tannuri, João Guilherme de Carvalho Gattás
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152150
Resumo: Trata-se de uma pesquisa exploratória no âmbito da violência da/na escola contra a família homoparental de abordagem, majoritariamente, qualitativa. O objetivo é apreender o que dizem pais e mães homossexuais sobre as relações estabelecidas com funcionários, docentes e discentes das escolas de seus filhos/as; suas expectativas e avaliações gerais sobre as instituições são igualmente apreendidas. A revisão bibliográfica resultou em 54 obras: 35 artigos; sete pesquisas em âmbito nacional; seis dissertações; quatro livros e duas teses. As fontes são entrevistas semiestruturadas, realizadas com três mães e sete pais- representantes de dez famílias homoparentais das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Além das entrevistas, aplicou-se um instrumento denominado Ficha de Identificação que possibilitou dados socioeconômicos sobre os sujeitos. A coleta dos dados foi amparada por autores como Thompson (1992), Woods (1999) e Bourdieu (1999), em triangulação com os autores da revisão bibliográfica focada na temática Família Homoparental. A análise dos dados foi realizada por meio de uma aproximação à Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977). A partir de Núcleos Informativos produzidos com as entrevistas, temos os seguintes resultados: 60% dos sujeitos afirmam não ter sofrido homofobia devido à homoparentalidade por parte de funcionários escolares. Todavia, identificamos situações de preconceito por uma criança portar necessidades especiais e um caso de bullying. Em 40% dos relatos encontramos as seguintes formas de violência: omissão de responsabilidade face possíveis casos de homofobia; inadmissão sobre a homoparentalidade em situações cadastrais; acusação da homoparentalidade como fator negativo na vivência de filhos em ambiente escolar. No que diz respeito à relação com docentes, 80% não evidenciou situações de preconceito, diferentemente de 20% expostos a violência como discordância sobre a homoparentalidade, ofensas devido à expressão sexual e rejeição em abordar a temática Família Homoparental em sala de aula. 70% não relatou violência cometida por amigos de escola. Já 20% sim, por razões como racismo e bullying homofóbico devido a um sobrenome e 10% sofreu violência por meio da expressão “sapatonas”. As expectativas e avaliações gerais dos/das participantes apontam a necessidade de diálogo sobre a Família Homoparental dentro das escolas. Em suma, existem tensões entre aceitação e discriminação para com a homoparentalidade em ambiente escolar, o que constata a realidade do preconceito ainda vigente sobre essa temática