Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Modesto, Pamela Nayara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181755
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A doxorrubicina (DOX) é um medicamento muito eficaz no tratamento de vários tipos de câncer, mas seu uso em larga escala tem causado preocupação devido à cardiotoxicidade causada pela droga. Não se sabe exatamente quais mecanismos estão envolvidos, mas acredita-se nos papeis centrais da ligação da DOX com a topoisomerase 2-β (Top2-β), que é uma enzima que protege a célula da citotoxicidade e destruição; da interação DOX-ferro gerando espécies reativas de oxigênio; além de disfunção mitocondrial, seguida por muitas outras vias secundárias ativadas por essas primárias, como inflamação e fatores da matriz extracelular (MEC). Por outro lado, o chá verde, uma bebida muito popular em todo o mundo, tem efeitos antioxidantes e antitumorais. MÉTODOS: Foram utilizados 60 ratos Wistar machos. Estes animais foram divididos grupos: C=20 (controle) que recebeu ração padrão e administração intraperitoneal de salina, CV=20 (controle + chá verde) que receberam ração adicionada de extrato de chá verde e administração intraperitoneal de solução salina, D=20 (doxorrubicina) que recebeu ração padrão e administração intraperitoneal de doxorrubicina e DCV=20 (doxorrubicina + chá verde) que receberam ração adicionada de extrato de chá verde e administração intraperitoneal de doxorrubicina. A ração foi oferecida por 35 dias e no 33º dia a infusão de doxorrubicina ou soro fisiológico foi realizada na mesma proporção (20 mg / kg em dose única) e os animais foram eutanasiados 48 horas após a injeção do fármaco. Os ratos foram submetidos ao ecocardiograma para avaliação da morfologia e função cardíacas e foram realizadas análises de atividade enzimática, expressão de proteínas, relacionadas à proteção celular, estresse oxidativo,metabolismo energético, inflamação e MEC. RESULTADOS: O estudo ecocardiográfico mostrou que a DOX aumentou o átrio esquerdo, a espessura relativa da parede e reduziu a FC que foram atenuados pelo chá verde. No grupo D houve aumento do estresse oxidativo caracterizado pela maior formação de hidroperóxido de lipídios (HP) e redução da glutationa peroxidase (GPx), que foram atenuados no grupo DCV. Em relação ao metabolismo energético, houve aumento de enzimas da via glicolítica anaeróbia (fosfofrutoquinase e lactato desidrogenase), diminuição de enzima da oxidação de ácidos graxos (3- hidroxiacil coenzima A desidrogenase), redução da atividade de enzimas do ciclo do citrato (citrato sintase), complexos mitocondriais (complexo I e II) e ATP sintase, no grupo D. O grupo DCV restabeleceu o padrão de uso da via glicolítica e oxidação de ácidos graxos. Embora a DOX tenha reduzido a fosforilação da proteína quinase B em relação a sua expressão total (p-AKT/t-AKT, o chá verde não participou dessa via. Houve diminuição da expressão da Top2-β no grupo D, sendo que o chá verde aumentou a expressão dessa enzima, tanto no grupo DCV quanto no grupo CV. A inflamação foi maior no grupo D, evidenciada por maior expressão de TNF-α, CD45 e metaloprotease 2 de atividade intermediaria (MMP-2int), porém o chá verde não influenciou esses achados. Não houve alteração na expressão do colágeno I e III ou na presença de fibrose. CONCLUSÃO: A administração aguda de doxorrubicina causou remodelação cardíaca, sugerindo a presença de remodelamento concêntrico, disfunção diastólica e sistólica, atenuados pelo chá verde. Observou-se diminuição do Top2-β, aumento do estresse oxidativo e da inflamação e desbalanço do metabolismo energético, induzidos pela DOX. O chá verde aumentou a Top2-β, reduziu o estresse oxidativo e recuperou o metabolismo energético para valores próximos ao grupo controle. Portanto, este modelo experimental identificou potenciais mecanismos cardiotoxicidade induzida pela DOX e sugere os potenciais benefícios do chá verde, por provável ação em reduzir a citotoxicidade, a destruição celular e o estresse oxidativo, além de melhorar o metabolismo energético. |