Modulação da resposta inflamatória no útero de éguas tratadas com plasma rico em plaquetas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Segabinazzi, Lorenzo Garrido Teixeira Martini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PRP
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204607
Resumo: A endometrite é a causa mais comum de subfertilidade em éguas. Todas as éguas apresentam uma inflamação endometrial fisiológica pós-cobertura; entretanto, 15-20% das éguas têm endometrite persistente pós-cobertura (EPPC). Recentemente, o plasma rico em plaquetas (PRP) vêm se tornando popular no manejo reprodutivo de éguas susceptíveis a EPPC. Atualmente, não existe uma padronização dos métodos de preparação do PRP para uso intrauterino em éguas. Desta forma, este estudo teve como objetivo comparar três métodos de preparação de PRP para infusão intrauterina em éguas e avaliar a resposta inflamatória pós-cobertura, cultura endometrial e recuperação embrionária em éguas suscetíveis a EPPC tratadas com PRP. No primeiro estudo, o PRP foi produzido por três métodos. Método 1, o sangue foi coletado em bolsa de transfusão, transferido para tubos Falcon e duplamente centrifugadas; Método 2, sangue foi coletado em tubos vacutainer e centrifugado uma única vez; Método 3 sangue foi coletado em uma seringa de 60 mL contendo anticoagulante, a qual foi mantida em posição vertical para sedimentar por 4h. Após o processamento, a contagem de células e a viabilidade plaquetária foram avaliadas. Em um subgrupo de éguas (n = 6), o PRP foi avaliado 6 e 24h pós-refrigeração a 5 °C. No estudo 2, éguas (n = 12) suscetíveis a EPPC tiveram três ciclos atribuídos aleatoriamente para receber infusões intrauterinas de LRS (controle), ou PRP autólogo ou plasma pobre em plaquetas (PPP) antes (48 e 24h) e após a inseminação artificial (IA) (6 e 24h). Tanto o PRP quanto o PPP foram obtidos pelo Método 1 no experimento 2. As éguas foram inseminadas com sêmen fresco de um garanhão com fertilidade conhecida. O acúmulo de líquido intrauterino (IUF) e as células polimorfonucleares endometriais (PMNs) foram avaliados a cada 24h até 96h pós-inseminação. Citocinas uterinas (Ilβ, IL6, CXCL8 e IL10) foram avaliadas antes (0h), 6 e 24h após IA, e cultura endometrial três e nove dias após IA. A lavagem do embrião foi realizada 8 dias após a ovulação. Os dados foram analisados com modelo misto, teste post-hoc de Tukey’s e regressão multivariada. No estudo 1, o Método 1 resultou no maior e o método 3 nas menores concentrações de plaquetas, e o último teve maior concentração de leucócitos que os outros (P<0,05). A viabilidade das plaquetas foi semelhante entre os tratamentos. O resfriamento por 24h não afetou a contagem de plaquetas. No entanto, a viabilidade plaquetária foi reduzida após o resfriamento do PRP produzido pelo método 3. Estudo 2, o tratamento com PRP reduziu os PMNs endometriais, IUF pós-reprodução e citocinas pró-inflamatórias quando comparados aos ciclos atribuídos pelo controle, mas não significativamente diferente do PPP. Os controles tiveram uma porcentagem significativamente maior de culturas bacterianas positivas (33%) em comparação com os ciclos atribuídos a PRP (0%), enquanto os ciclos tratados com PPP não foram significativamente diferentes dos outros grupos (25%). Os ciclos atribuídos ao PRP tiveram taxas de recuperação embrionária significativamente maiores (83%) do que o controle (33%), embora não significativamente diferente do PPP (60%). Em conclusão, o Método 1 resultou nas maiores concentrações de plaquetas, enquanto o método 3 resultou em maiores contagens de leucócitos. O resfriamento afetou a viabilidade das plaquetas no PRP obtido com o método 3. Resta determinar se os diferentes métodos e o resfriamento afetariam a eficácia clínica do PRP. A infusão de plasma reduziu a duração e intensidade da resposta inflamatória pós-IA e melhorou a recuperação embrionária em éguas suscetíveis a EPPC. As plaquetas parecem ter uma propriedade antimicrobiana e anti-inflamatória dependente da dose.