Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Bienert, Igor Ribeiro de Castro [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/134311
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Resumo: |
Introdução: A cardiologia intervencionista requer necessariamente um acesso vascular invasivo, sendo esta via de acesso uma escolha do médico operador. Nesta escolha interfere o tipo de procedimento, impacto ao paciente, risco ao profissional e experiência técnica. O acesso via artéria femoral é o mais difundido globalmente e a técnica de acesso pela artéria radial tem sido progressivamente adotada devido ao maior conforto para o paciente, menores taxas de complicações e em alguns cenários, de mortalidade. Um dos focos de interesse crescente é a exposição à radiação ionizante e medidas para minimizar o risco ao paciente e ao profissional. Escassa é a literatura disponível na área e conflitantes são seus resultados. Objetivo: Avaliar os níveis de radiação recebidos pelo médico operador de acordo com as diferentes técnicas de acesso, bem como mapear áreas de escape de radiação. Após essa etapa, o estudo visou desenvolver e validar dispositivo de radioproteção dedicado à técnica radial (TRIPTable) voltado à redução da radiação ao médico operador, comparando o seu impacto à técnica femoral e radial padrão no cenário de pacientes portadores de síndrome coronária aguda randomicamente alocados para cateterismo com intenção de tratamento percutâneo. Métodos: A fase inicial pré-clínica do estudo foi constituída de avaliação em ambiente controlado dos níveis de radiação em pontos pré-especificados de um operador simulado com phantom de água. A fase clínica do estudo foi um ensaio clínico prospectivo, randomizado, unicêntrico, comparativo entre três grupos denominados técnica femoral, técnica radial e técnica radial com dispositivo radioprotetor TRIPTable, recrutados no Hospital das Clínicas de Marília (Marília/SP) e randomizados na proporção 1:1:1 (108 pacientes - 36 por grupo) avaliando a radiação recebida pelo operador em três diferentes pontos (gônadas, tireoide e olhos). Os resultados foram comparados com o grupo controle de 108 pacientes provenientes de coorte randomizada externa entre técnica radial e femoral 1:1, utilizando critérios similares, porém com operadores cegos aos objetivos de avaliação de radiação visando detecção de vieses de técnica (efeito Hawthorne) e validação de resultados. Resultados: Não houve diferença entre o estudo e a coorte externa ou entre os grupos do estudo quanto a características clínicas, desfechos dos procedimentos ou parâmetros de exposição radiológica ao paciente. Os resultados indicam maior radiação recebida pelo operador com a técnica radial (12,5 mSv), seguida da femoral (10,1 mSv) e TRIPTable (6,8 mSv). Em relação aos locais de exposição, o território de gônadas teve maior sensibilidade radiológica com uso da técnica radial (p=0,001). Com uso da técnica femoral não houve diferença entre os três territórios (p=0,398), porém na análise ad hoc o território de gônadas foi mais sensível quando comparado à exposição aos olhos (p=0,016) e limítrofe em comparação à tireoide (p=0,056). No grupo do dispositivo TRIPTable não houve diferença significativa entre qualquer um dos territórios analisados (p=0,180). Conclusões: O estudo indica equivalência entre os resultados do procedimento entre os grupos e quanto à exposição radiológica ao paciente. Contudo, demonstrou maior impacto radiológico para o operador que utilizou a técnica radial, em comparação à técnica femoral e à técnica radial com uso do dispositivo TRIPTable. O uso do dispositivo reduziu o impacto radiológico comparado ainda à técnica femoral. Tais diferenças derivaram primordialmente da variação em território de gônadas. Os achados demonstram um campo de exposição radiológica heterogêneo ao corpo do operador, benefício do dispositivo testado e oportunidade de novas formas de desenvolvimento de medidas de radioproteção. Registros: UTN/OMS - U1111-1158-8591 Plataforma Brasil - CAAE 32767514.0.1001.5413 Clinical Trials - NCT 02200783. |