Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Polli, Luiza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/236533
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Resumo: |
Introdução: A prosódia envolve aspectos verbais e gestuais na comunicação humana que afetam diretamente o significado dos enunciados e acrescentam informações essenciais ao que foi dito. Não há estudos que se dedicaram investigar a prosódia verbal e gestual em crianças com transtorno fonológico (TF). Assumindo que crianças com TF podem apresentar alterações em plano segmental e prosódico, hipotetiza-se que crianças com desenvolvimento típico de linguagem (DTL) utilizam tanto o recurso gestual quanto o verbal na comunicação, enquanto as crianças com transtorno fonológico irão privilegiar apenas um dos tipos de marcadores, por apresentarem alteração na produção dos sons da fala. Adicionalmente, prevê-se que o tipo de marcação prosódica seja dependente do domínio prosódico envolvido na tarefa solicitada. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram: (1) comparar o desempenho prosódico verbal e gestual em crianças com Transtorno Fonológico e em crianças com desenvolvimento típico; (2) comparar o desempenho de ambos os grupos em relação ao tipo de marcador utilizado, sendo verbal e gestual; e (3) comparar o desempenho prosódico verbal e gestual em três diferentes tarefas as quais envolvem domínios prosódicos distintos. Metodologia: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (nº015913/2021). Foram analisadas as produções de 30 crianças, sendo 15 crianças com TF e 15 crianças com DTL, entre 5 anos e 8 anos e 11 meses. Foram aplicados três diferentes experimentos de análise da prosódia verbal e gestual, os quais envolviam a produção do acento lexical, o foco prosódico contrastivo e a marcação de fronteira de frase entoacional. Os resultados foram analisados por três juízes fonoaudiólogos com treinamento prévio. Resultados: Houve efeito significativo para os grupos (F(1,28)=14,139, p=0,00080); para os tipos de marcadores prosódicos utilizados (F(1,28)=18,788, p=0,00017); e para as tarefas desempenhada em cada experimento (F(2,56)=15,707, p=0,00000). No entanto, não houve efeito significativo para as interações entre as variáveis analisadas, grupo*marcador (F1,28)=0,866, p=0,3598), marcador*tarefa (F(2,56)=2,030, p=0,140), grupo*tarefa (F(2,56)=0,104, p=0,900), e grupo*marcador*tarefa (F(2,56)=2,464, p=0,094). Os grupos se diferenciam entre si pelo desempenho prosódico, ou seja, crianças com TF apresentaram desempenho prosódico inferior ao grupo de crianças com DTL. As crianças de ambos os grupos utilizam mais do marcador prosódico verbal quando comparado com o gestual. As crianças dos dois grupos apresentaram melhor desempenho na tarefa de marcação do acento lexical, comparativamente às tarefas de marcação de foco contrastivo 10 e de fronteira entoacional, tanto em aspectos verbais quanto gestuais, seguindo a hierarquia dos constituintes prosódicos. Considerações Finais: O desempenho prosódico verbal e gestual parece depender de um processo de aquisição, em que o desempenho gestual ocorre posteriormente ao verbal e, ainda, ambos os desempenhos são influenciados pelo constituinte prosódico analisado e a condição clínica das crianças. Crianças com DTL apresentam desempenho prosódico superior às crianças com TF. Com os resultados obtidos, sugere-se que sejam realizados mais estudos considerando a hierarquia prosódica em avaliações e em terapia, e que se investiguem a aquisição e o desenvolvimento prosódico verbal e gestual ao longo do período de aquisição da linguagem. |