Marcadores da imunomodulação no sangue materno e fetal e nas placentas de mães diabéticas ou com hiperglicemia gestacional leve

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Hara, Cristiane de Castro Pernet [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
IgG
NK
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148574
Resumo: INTRODUÇÃO - Durante a gravidez, a hiperglicemia materna altera a expressão e a transferência de células imunorregulatórias e de imunoglobulinas e o perfil de citocinas na interface materno-fetal. OBJETIVO – Avaliar, em gestações complicadas por hiperglicemia, a expressão de células NK e o perfil de citocinas no sangue, materno e do cordão umbilical, e na placenta (artigo 1); quantificar a produção de anticorpos e a passagem de IgG total, e respectivas subclasses, via receptor FcRn (artigo 2). MÉTODO - Foram avaliadas 120 gestantes, distribuídas nos grupos: não-diabético (ND; N = 30), hiperglicemia gestacional leve (HGL; N = 30), diabetes mellitus gestacional (DMG; N = 30) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2; N = 30). Técnicas de citometria de fluxo foram utilizadas para análise de células e citocinas e, de ELISA, para avaliação das concentrações de IgG total e subclasses. A transferência placentária de anticorpos totais, e respectivas subclasses, foi definida pela relação [(concentrações no sangue de cordão umbilical/sangue materno) x 100]. Na análise estatística foram realizadas análises de variância (ANOVA), seguida pelo teste de Tukey, e de correlação de Pearson, com p < 0,05. RESULTADOS - No sangue materno dos grupos hiperglicêmicos, as células NK CD16+CD56– aumentaram, enquanto que CD16+CD56+ foi menor no grupo DMG. No sangue do cordão do grupo DM2 mostrou uma maior proporção de células CD16+CD56– e CD16–CD56+. As camadas extravilosas da placenta dos grupos DMG e DM2 mostraram maior expressão de CD16+CD56– e independente da camada, a proporção de CD16–CD56+ foi maior em HGL e DMG e menor em DM2. Em relação às citocinas, IL-2 foi menor no sangue materno e IFN-y mais elevados no sangue materno e do cordão do grupo DMG. IL-17 foi mais elevada no sangue materno e do cordão do grupo DM2. A camada extravilosa placentária da HGL mostrou níveis elevados de IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, e IFN-γ e baixos níveis de IL-1β e IL-8, enquanto que a camada vilosa placentária continha alta níveis de IL-17 e IFN-γ. O grupo HGL, independentemente da região, apresentaram maiores níveis de IL-8. O grupo DM-2, independentemente da região da placenta mostrou níveis elevados de TNF-α, IL-17, e IFN-γ. O sangue materno de DM-2 e o sangue do cordão umbilical de HGL exibiram uma poporção mais elevada de CD19+ expressas por células B. DM2 mostrou a menor proporção de células CD19+na placenta. A expressão de FcRn aumentou nas células do cordão e placenta de HGL. As células do sangue materno, do sangue do cordão e da placenta de DM2 mostraram menor expressão de FcRn. A maior expressão de FcRn, independente do estado hiperglicêmico foi observada nas células da placenta. Houve menores níveis de IgG no sangue materno em DM2 e maiores no sangue do cordão umbilical de HGL. Os níveis mais elevados de IgG4 foi detectado no sangue de mães hiperglicêmicas. Os níveis mais elevados de IgG3 e IgG4 no sangue do cordão foram detectados em HGL, e os menores de IgG2 e IgG3 níveis em DM2. CONCLUSÃO - A hiperglicemia produz ambiente inflamatório com elevada produção de citocinas, apresentando alterações na expressão de células NK, de FcRn na placenta, na produção e taxa de transferência de IgG. Os níveis celulares que expressam CD16+ e de citocinas no sangue materno, sangue do cordão umbilical e tecido placentário são modificados em gestações complicadas pelo diabetes. A hiperglicemia materna compromete a transferência placentária de IgG1, IgG3 e IgG4. Os resultados sugerem que a hiperglicemia materna, diminui a expressão FcRn em células da placenta e sangue e compromete a produção e transferência de anticorpos maternos para os recém-nascidos.