A barreira placentária em cães (Canis familiaris, Linnaeus, 1758): fluxo sanguíneo materno-fetal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Ambrósio, Carlos Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-21012005-111150/
Resumo: Este estudo define a inter-relação microvascular materno-fetal e o desenvolvimento dos hematomas placentários durante diferentes períodos gestacionais em cães SRD. Placentas de 20, 35, 45 e 55 dias da prenhez foram perfundidas e fixadas para a investigação histológica e confecção de moldes vasculares, injetados com Mercox, e submetidos a corrosão para análise ao microscópio eletrônico de varredura. Os componentes fetais da placenta endoteliocorial e zonária anular do cão são irrigadas por dois ramos arteriais do cordão umbilical, um endereçado à cinta placentária, e outro ao hematoma marginal. Da artéria principal central, originam-se colaterais destinados às lamelas e vilos do labirinto no sentido feto-uterino. O desenvolvimento lamelar mostrou-se progressivo com o avançar da prenhez. Os complexos capilares na periferia dos vilos têm a forma de tufos de pêlos, cujos capilares são contínuos com o sistema venoso. Da artéria hematomal organizam-se os lóbulos microvasculares circulares, que aparecem no septo ou barreiras entre o hematoma marginal e o labirinto. Os capilares placentários maternos dispõem-se de maneira a cruzar os capilares fetais. Conseqüentemente, o fluxo sangüíneo placentário de cães Sem Raça Definida é caracterizado por um tipo de sentido único de corrente cruzada simples. O desenvolvimento dos hematomas marginais foi quantificado por morfometria. Os primeiros traços dos hematomas apareceram entre o 18º a 20º dia da prenhez como áreas hemorrágicas, delimitadas por sincíciotrofoblasto e pelo tecido septal materno. Sua justaposição à artéria materna principal, confirma a origem de sangue extravasado como oriundo dos capilares endometriais. Entre 30 a 45 dias de prenhez, os hematomas são orientados no sentido alanto-uterino, alcançando a região das glândulas endometriais, caracterizando canais de sangue extravasado, organizados em hematomas marginais ou bolsas laterais à cinta placentária central. Mediante análise estatística (KS-400 Zeiss®) correlacionamos a área dos hematomas e da cintura placentária, utilizado o teste de Pearson, o que nos revelou que os hematomas crescem até 46º dia da gestação. Do 46º dia até o parto, o tamanho da cintura ultrapassou o desenvolvimento dos hematomas, sinalizando que a fonte de nutrição do feto de cães no terço final de gestação, depende da troca transplacentária, mesmo considerada a atividade fagocitária exercida pelos hematomas.