Infância, aprendizagem e patologização: por entre cartas e escritas de si

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Barbosa, Mariana de Barros [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180562
Resumo: Este estudo tem como objetivo refletir sobre os discursos que perpassam os processos de desenvolvimento e aprendizagem das crianças na escola e como estes tem contribuído para a produção de um campo identitário. Um dos aspectos que nos chamou a atenção foi o estabelecimento de certos padrões nos modos de se desenvolver e de se pensar a criança, que podem ser vistos, sobretudo nas teorias educativas, nos currículos e nas práticas pedagógicas. Sabemos que o conceito de infância é histórico e foi se modificando ao longo dos anos; com o surgimento de um sentimento de infância a criança passa a ocupar um lugar próprio e a escola começa a criar meios para regulá-la, uma vez que ela é a representação do homem do futuro. Podemos perceber que, junto a ideia de formação e desenvolvimento, foram sendo colocados diversos discursos pedagógicos, psicológicos e sociológicos que ditam os modos de se disciplinar as crianças, tirando-as assim, da condição de não saber, notamos que a maioria destes discursos nos revelam uma concepção de desenvolvimento como um processo temporal linear. Atrelado a isso, está a ideia de educação como um meio de conduzir a criança a um lugar dado a priori, a uma terra prometida, e quem não consegue alcançá-la se torna um problema. Ao estabelecer modos de ser, pensar ou agir, há uma tendência de transformar a todos que escapam deste modelo em patologia. Nesse sentido, buscamos tecer compreensões sobre como a diferença tem sido vista e percebida na escola, refletimos também sobre outros modos de se pensar a criança e a infância para além de uma perspectiva de falta e incompletude, mas sim como um campo que possuí sua própria força. Para isso além de discussões teóricas também nos utilizamos de uma experiência de troca de cartas feita com diferentes sujeitos que estão inseridos direta ou indiretamente dentro do cotidiano escolar. No entrelaçamento destes fios as cartas constituíram-se como um importante intercessor para uma partilha mais sensível de afetos, afetações, sensações, experiências, além disso, elas nos provocaram certo deslocamento dos nossos modos de olhar e compreender as coisas e nos fez perceber o quanto nós enquanto sujeitos que estão inseridos dentro do contexto educacional também contribuímos para a produção ou reprodução das relações no espaço em que estamos.