Rap contestação e funk ostentação: consumo e discursos sonoros na periferia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Elaine Moura e Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137872
Resumo: A periferia é reconhecidamente um espaço de exclusão e estigma social. Seu discurso era marcado pela contestação sócio política e tinha como representante musical desse discurso, o rap. Na última década, o Brasil passou por mudanças em suas políticas públicas, tais mudanças foram significativas para a periferia brasileira. Grandes parcelas oriundas das classes C e D foram alçadas a um novo padrão de consumo devido aos postos de trabalhos criados e pelas políticas de redistribuição de renda. Estes fatores fizeram com que, em certos aspectos, a vida desses indivíduos periféricos melhorasse, assim como a autoestima dos mesmos fazendo com o discurso da periferia mudasse da contestação para a celebração. Esta mudança de discurso pode ser vista como parte de outros debates vivenciados no Brasil, estes referem-se a formação e a dinâmica da divisão das classes sociais. Os debates que se travaram a respeito da formação de uma nova classe, da ultrapassagem da barreira do consumo das classes sociais e dos processos de subjetivação, podem ser compreendidos à luz da mudança da trilha sonora da periferia, posto que se as manifestações culturais são produzidas por sujeitos históricos, o contexto social não pode ser descartado. O discurso sonoro, assim como qualquer outro tipo de discurso, é um sistema de sentido produzido em negociação com a realidade. Assim sendo, buscamos compreender as causas que levaram a essa mudança na trilha sonora, assim como a compreensão dos debates que este espaço social vivenciou na última década.