Resumo: |
Enxaguatórios clareadores tornaram-se muito populares devido ao seu fácil uso e disponibilidade. Contudo, não há evidência dos efeitos e segurança desses produtos sobre o esmalte sadio e desmineralizado. Esta proposta foi dividida em duas partes. A primeira foi um estudo clínico randomizado que avaliou a eficácia e segurança do enxaguatório clareador. Participantes (n=45) foram alocados aleatoriamente em três grupos de tratamento: LWE (Listerine Whitening Extreme–peróxido de hidrogênio a 2,5%); PL (Enxaguatório placebo); e OPF (Opalescence PF–peróxido de carbamida a 10%). O tratamento foi realizado 1x/dia por 14 dias durante 2h para OPF, e 2x/dia por 90 dias durante 30s para LWE e PL. A cor dos dentes foi avaliada com escalas de cor (DUEC) e por espectrofotometria. Foram avaliados sensibilidade dental, condição gengival, potencial de desmineralização do esmalte, e a satisfação do participante. As avaliações foram realizadas em diferentes tempos. Para as escalas de cor, Kruskal- Wallis mostrou diferença significante entre os tratamentos nos tempos avaliados (p<0,05). LWE apresentou maiores valores de DUEC comparado ao PL a partir de 60 dias. PL e OPF exibiram valores constantes, sendo significativamente maiores para OPF. Para o espectrofotômetro, RM-ANOVA mostrou diferença significante para os grupos e interação (p<0,05). LWE apresentou maiores valores de alteração de cor do que PL a partir de T14. OPF exibiu os maiores valores de alteração de cor durante todo o período de estudo. Após 2 anos, houve manutenção da cor dos dentes para todos os grupos. Houve baixa intensidade de sensibilidade para LWE e OPF. Nenhum participante apresentou inflamação gengival. LWE e OPF promoveram uma diminuição significativa na concentração de cálcio, mas após 1 semana, os valores foram intermediários. A concentração de fosforo não apresentou alteração nos tempos avaliados. Todos os participantes ficaram satisfeitos com o tratamento com OPF e 67% dos participantes do grupo LWE apresentaram satisfação. A segunda parte consistiu em um estudo in vitro que comparou o efeito do enxaguatório clareador na desmineralização do esmalte e em lesões incipientes de cárie durante ciclagem de pH. Espécimes de esmalte/dentina bovino (n=120) com a superfície dividida em três áreas [esmalte sadio controle, esmalte tratado (ET); e lesão incipiente de carie tratada (LICT)] foram distribuídos aleatoriamente nos grupos experimentais: LWE; PL; OPF e água deionizada (AD). Os tratamentos (2min para LWE, PL e AD; e 2h para OPF) foram realizados durante uma ciclagem de pH de 28 dias (6´60min desmineralização). Intensidade de reflexão superficial (rSRI), perda mineral e concentração de flúor (espécimes adicionais) foram avaliados. Para ET, foi observado maior valor de rSRI em LWE (89,99%±6,94) e maior diminuição de rSRI foi observada para OPF e AD. Não houve perda mineral nos grupos (p>0,05). Para LICT, rSRI diminuiu significativamente após a ciclagem para todos os grupos sem diferença entre eles (p>0,05). Maior concentração de flúor foi encontrada em OPF. LWE e OPF exibiram efeitos semelhantes na perda mineral com valores intermediários. Houve eficácia clareadora tanto para LWE quanto para OPF e manutenção da cor após 2 anos. Houve efeito protetor do enxaguatório durante a ciclagem. |
---|