Resumo: |
Propósito Nosso objetivo foi avaliar crianças com refluxo vesico-ureteral em três diferentes décadas. Material e Métodos No período de janeiro de 1970 à dezembro de 2000, foram avaliados retrospectivamente 417 meninas e 94 meninos portadores de refluxo vesicoureteral primário. Os pacientes foram divididos em 3 décadas: grupo A (1970 a 1980) (n = 80); grupo B (1981 a 1990) (n = 205) e grupo C (1991 a 2000) (n = 226) . Foram analisadas as manifestações clínicas, resolução espontânea, cicatrizes renais e indicações cirúrgicas. Utilizamos a Curva de Kaplan-Meier para definir a probabilidade de resolução espontânea. Resultados A manifestação clínica mais freqüente foi infecção do trato urinário em 85% dos casos. Em 48,9% o refluxo era unilateral e bilateral em 51,1%, sendo 48 (9,4%), 192 (37,6%), 174 (34%), 74 (14,5%) e 23 (4,5%) graus I, II, III, IV e V respectivamente. Observou-se cicatrizes renais em 31%, 20,5% e 13,7% nos grupos A, B, C respectivamente. Em 125 crianças foram realizadas correções cirúrgicas do RVU, sendo 24 (30%), 62 (30,2%) e 39 (17,2%) nos grupos A, B, e C; com diminuição significativa no grupo C. Obtivemos 293 (57,1%) de resolução espontânea, sendo 42 (87.5%), 149 (77,6%), 92 (52,8%), 9 (12,2%) e 1 (4,3%) nos graus I, II, III, IV e V respectivamente. Conclusão Notamos redução espontânea significativamente maior nos RVU graus I a III. Houve significativa diminuição na incidência de lesões renais e nas indicações cirúrgicas do RVU na última década. |
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