Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Léo Cordeiro de Mello da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/239566
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Resumo: |
Sterna hirundinacea Lesson, 1831 é uma espécie de ave marinha/costeira pertencente à ordem Charadriiformes e à família Laridae. Sua reprodução já foi estudada anteriormente no Brasil, porém apenas em ambientes naturais e com a maior parte dos estudos tendo sido realizada no sul do país. A reprodução da espécie em ambientes artificiais já foi estudada em Coquimbo, no Chile, porém nunca antes no Brasil e acompanhando um número elevado de indivíduos. A presente pesquisa foi realizada no Terminal Aquaviário da Petrobrás (TEBAR), uma área artificial localizada no Canal de São Sebastião, durante os meses de abril a setembro de 2021. A contagem dos ninhos foi executada de maio a setembro de 2021, e 57 do total de ninhos foram selecionados para monitoramento a cada 48-72 horas. Além de S. hirundinacea, outras espécies de aves utilizaram o TEBAR em 2021, e poucos indivíduos de Thalasseus acuflavidus foram observados no local. A duração da estação reprodutiva de S. hirundinacea foi de 145 dias. Foram contabilizados 159 ninhos e 318 indivíduos maduros se reproduzindo. O local de construção dos ninhos variou dentro do TEBAR, podendo ocorrer no Píer Sul, Estação Meteorológica, Looping 2 ou na Ponte de Acesso. As aves nidificaram sobre substratos de cimento, grama, metade grama/metade terra e metade grama/metade cimento. Os materiais utilizados para a construção dos ninhos incluíram pedras, nenhum material, ferro, madeira, terra, grama, plástico e pano. O tamanho médio das ninhadas foi de 1,21 ± 0,41 ovos por ninho, incluindo ninhos com um ovo (n = 45) e com dois (n = 12). Eventos de repostura (n = 9) envolveram a postura de um novo ovo para nove casais que haviam perdido o (s) seu (s) anteriormente. O intervalo médio entre a postura do primeiro e segundo ovo em ninhos com dois ovos foi de 94,00 ± 49,50 horas. O número total de ovos postos correspondeu a 78; as medidas de comprimento, largura e volume médios no valor de 4,56 ± 0,22 cm, 3,26 ± 0,09 cm e 25,45 ± 2,01 cm³, respectivamente. Foi verificada diferença significativa nos valores biométricos em função do tipo de ovo no que diz respeito ao comprimento e volume do primeiro ovo e do segundo ovo posto. A redução média na massa dos ovos por intervalo foi calculada em 0,39 ± 0,02 g, e foi encontrada diferença significativa nas médias de massa por intervalo entre o primeiro e segundo ovo posto, e também entre o primeiro ovo posto e o ovo de repostura. Os ovos perdidos (n = 63) o foram por predação (60,3%), por gorar (34,9%) e pela presença de natimortos (4,8%). O período médio de incubação foi de 23,73 ± 2,34 dias, não tendo sido identificada diferença significativa em função do tipo de ovo. Os ninhegos nascidos saudáveis somaram 15 indivíduos (sucesso de incubação de 19,2%), dos quais 11 (73,3%) não sobreviveram. As causas de mortalidade dos ninhegos incluíram predação ou queda no mar (54,5%), atropelamento (36,4%) e causas naturais (9,1%). O maior número de mortes de ninhegos ocorreu durante os primeiros nove dias após a eclosão, e o risco demonstrou novo aumento ao atingirem 21-30 dias de vida. Quatro ninhegos atingiram a habilidade de voo, e o sucesso reprodutivo obtido se deu no valor de 5,1%. A média da estação reprodutiva para pares bem-sucedidos foi de 58,25 ± 4,19 dias, e o tempo médio para um ninhego atingir o voo se deu em 31,75 ± 2,87 dias. Os diferentes fatores estudados indicaram que a preferência das aves para reprodução no TEBAR se deu no Píer Sul, sobre o cimento e utilizando pedras para a construção dos ninhos. O maior sucesso de incubação e reprodutivo foi obtido na Estação Meteorológica, sobre a grama e utilizando grama para a construção dos ninhos. O TEBAR se mostrou um ambiente com determinadas semelhanças e diferenças na reprodução de S. hirundinacea quando comparado às áreas naturais de nidificação da espécie. A área exposta e com desenvolvimento constante de atividades antrópicas possivelmente acarretou uma maior perda de ovos e ninhegos por predação e causas relacionadas à aproximação humana. Mais estudos, e realizados de forma periódica, são necessários para diagnosticar a área do TEBAR como de fato prejudicial à S. hirundinacea, possibilitando, em caso positivo, a elaboração e implementação de medidas de conservação no local. |