Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Martins, Bruna Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/242539
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Resumo: |
O presente estudo abordou as relações entre autoeducação e formação em uma cooperativa de catadoras/es de materiais recicláveis sob a perspectiva de gênero. Nosso objetivo geral foi analisar se e como a autoeducação e as práticas formativas propiciadas pela Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp Assis (Incop Unesp Assis) modificam as relações de gênero na Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Assis e Região (COOCASSIS). Para a realização desta investigação, utilizamos como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a pesquisa empírica (observação e entrevistas individuais semiestruturadas). Diante das transformações do mundo do trabalho no contexto neoliberal, o trabalho coletivo e os movimentos sociais apresentam-se como resistência à ausência de oportunidades e a um cenário de injustiças. Nas organizações de trabalho coletivo de catadoras/es, em geral, nota-se um protagonismo de mulheres negras, com pouca escolaridade e com pouco ou nenhum acesso ao mercado de trabalho formal. Na COOCASSIS, a participação das mulheres é majoritária e ativa, o que atravessa o cotidiano e os processos formativos das/os trabalhadoras/es. Pode-se afirmar que as mulheres desempenham funções mais próximas ao cuidado, à delicadeza e ao trabalho doméstico e os homens permanecem em posições mais relativas ao trabalho produtivo, como a condução de equipamentos e o carregamento de fardos, o que indica uma reprodução das relações patriarcais de gênero. Foi possível observar que, por meio da autoeducação e das práticas formativas, principalmente por meio das rodas de conversa, as/os trabalhadoras/es conseguem refletir sobre as relações de gênero, ainda que em práticas pontuais proporcionadas pela Incubadora e/ou pelo movimento social. Com o tempo, as mulheres catadoras passaram a se reconhecer como trabalhadoras igualmente fortes e os homens passaram a ser questionados sobre o acúmulo de funções destinadas a elas, tanto dentro quanto fora do empreendimento. Os debates acerca da temática implicam modificações nas relações das mulheres para com os homens e vice-versa. Entretanto, observa-se limites e contradições, dado o contexto social, político e econômico dessas/es trabalhadoras/es e da universidade como um todo. Notamos uma insuficiência de formação contínua voltada para o tema gênero devido a uma necessidade de priorização de outras temáticas consideradas mais emergentes na Cooperativa. |