Aprendizagem social e formação humana no trabalho cooperativo de catadores(as) em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Couto, Gabriela Albanás
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19072012-151313/
Resumo: Estima-se que cerca de 800 mil pessoas vivam da atividade de catação de materiais recicláveis no Brasil. Apenas na cidade de São Paulo existem oficialmente 63 cooperativas de catadores organizados, além de diversos outros grupos e associações. São pessoas que encontraram nos materiais recicláveis uma alternativa para sua manutenção e, mais do que isso, uma nova maneira de se organizar política e coletivamente. Por reconhecer a relevância social e pedagógica de processos de formação entre grupos de pessoas pouco escolarizadas e em situação de maior vulnerabilidade social, procuramos conhecer os espaços de aprendizagem social que se configuram no interior de uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis, a Coopere-Centro, localizada na região central da cidade de São Paulo. O objetivo principal da pesquisa foi identificar quais conhecimentos estão presentes no trabalho dos catadores e, por outro lado, quais são suas demandas formativas. De natureza qualitativa, com abordagem etnográfica, a pesquisa empregou técnica de observação participante, com a pesquisadora convivendo e trabalhando com os catadores em suas diferentes funções dentro da cooperativa ao longo de sete meses de coleta de dados. Foram também realizadas três entrevistas semiestruturadas com coordenadores da cooperativa. Identificamos uma série de práticas de letramento, bem como uma atividade profissional complexa, repleta de significados e de valor social e pedagógico no cotidiano dos catadores organizados. Essa complexidade foi categorizada em quatro diferentes dimensões: técnica, coletiva, ambiental e política. Verificou-se que o trabalho na cooperativa de reciclagem, além de gerar renda, traz reflexos positivos na subjetividade dos catadores, em sua autoestima e autoimagem, e os ajuda a construir caminhos de luta por reconhecimento, dignidade e inclusão social. Deste modo, percebemos que trabalhar em uma cooperativa desenvolvendo atividades ligadas à reciclagem se configura em um importante processo educativo para estes sujeitos, porém, gera também demandas formativas que precisam ser atendidas em sua especificidade.