Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Mantovan, Brida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204800
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Resumo: |
A história de atendimento ao primeiro ano de vida no Brasil é marcada por perspectivas assistencialistas e que trazem um viés maturacionista sobre o desenvolvimento do psiquismo humano, sendo que até hoje as instituições de educação infantil precisam lidar com essa tendência no trabalho com bebês e, mesmo depois de diversos avanços nessa etapa da educação, ainda há muitas contradições que precisam ser superadas a fim de garantir um atendimento que promova desenvolvimento de sujeitos humanizados. Dentre essas contradições, a que buscamos abordar é sobre o ensino, termo que carrega diversas polêmicas e problematizações quando falamos sobre bebês. Com isso, coloca-se como pergunta de nossa pesquisa: o que é e como se efetiva o ensino na prática pedagógica com o primeiro ano de vida? Para responder essa pergunta, procuramos compreender, a partir do embasamento teórico-metodológico no materialismo histórico-dialético e na psicologia histórico-cultural, algumas das determinações que envolvem o objeto aqui estudado: o ensino para o primeiro ano de vida. Assim, temos como objetivo: descrever, analisar e compreender a especificidade do ensino na educação infantil para o desenvolvimento das crianças no primeiro ano de vida, a partir dos preceitos da psicologia histórico-cultural. Para compreensão desse objeto, foi necessário captar algumas de suas determinações, para isso, foram realizados três estudos. O primeiro contextualizou historicamente o atendimento à primeira infância no Brasil e analisou as perspectivas político-pedagógicas sobre ensino contidas em documentos nacionais de educação infantil, que são fortemente ligadas ao avanço do projeto neoliberal de sociedade e à pedagogia da infância. No segundo estudo, realizamos uma síntese teórica sobre as especificidades do sujeito no primeiro ano de vida a partir de uma revisão da literatura de autores brasileiros e soviéticos, que se encontram no campo da psicologia histórico-cultural. O terceiro estudo contou com uma pesquisa empírica em que se analisou respostas dadas por professoras e demais profissionais que atuam em berçários de três municípios que utilizam em seus currículos a psicologia histórico-cultural e pedagogia histórico-crítica como aportes teóricos, a apreensão desses dados foi obtida por meio de um formulário on-line na plataforma Google Forms, que contém perguntas sobre o perfil profissional dos sujeitos, seu contexto de trabalho e suas concepções e práticas pedagógicas com o primeiro ano de vida, que contribuiu para o entendimento das condições objetivas de trabalho e as perspectivas de ensino que se desdobram nesses espaços. Como resultados da pesquisa, entendemos que o ensino para essa etapa deve ser aquele que promova o desenvolvimento de sujeitos humanizados e, para efetivar-se, é necessário modificar as estruturas de funcionamento dos berçários, tanto nas atribuições de cargos quanto nas rotinas, a fim de que não se reproduza uma cisão nas ações de trabalho, como, por exemplo, a dicotomia cuidar-educar. Além disso, explicitamos a importância de valorização profissional e formação adequada no trabalho com essa etapa educativa. Destarte, não excluindo sua importância social como local onde as famílias matriculam os bebês para que possam trabalhar, fazemos a defesa política e pedagógica de que esses espaços não sejam só isso, mas que sejam, primeiramente, espaços de educação e ensino. |