Concepções, Tempos e Espaços do Brincar no Primeiro Ano do Ensino Fundamental.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Luiz César Teixeira dos
Orientador(a): Delgado, Ana Cristina Coll
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7678
Resumo: Esta tese discute as concepções, tempos e espaços do brincar no primeiro ano do ensino fundamental. As análises enfocam a situação em que se encontra o brincar, no âmbito da escola, após a ampliação do ensino fundamental para nove anos, implementado pela Lei 11274/2006. No texto dessa lei e de outras referências jurídicas pertinentes ao contexto da educação e das crianças, assim como entre pais e educadores, há uma forte retórica sobre os cuidados em relação ao processo educativo durante a infância e a importância do brincar como dimensão fundamental no desenvolvimento das crianças e como ferramenta pedagógica para a educação. Essa defesa do brincar pode ser percebida no contexto educacional brasileiro e se expressa entre professoras, em documentos que orientam as propostas pedagógicas de instituições escolares, como também permeia algumas das principais leis do Brasil pertinentes à infância. Entretanto, com a reorganização da educação básica, a obrigatoriedade da entrada das crianças no ensino fundamental a partir dos seis anos e as exigências dos mecanismos avaliativos do sistema educacional, notoriamente da educação básica, o brincar tem sido menosprezado no âmbito escolar, especialmente nos anos iniciais do primeiro ciclo do ensino fundamental. Para analisar este contexto, o estudo orienta-se pelas abordagens sócio-antropológica e filosófica. A metodologia utilizada parte de um levantamento e análise de dissertações e teses, produzidas a partir de 2006, que têm como discussão central o brincar e o ensino fundamental de nove anos. Os instrumentos de coleta de dados são questionários e entrevistas com professoras atuantes nesse nível de ensino, bem como observação, durante cinco meses, da rotina escolar de três turmas de primeiro ano do ensino fundamental. Ao se analisar o modo como o brincar está presente no contexto de uma escola pública municipal, atentando para as concepções, os tempos e os espaços dedicados a ele no primeiro ano, evidencia-se que essas três dimensões não encontram, na prática cotidiana, a mesma potência que lhes são dadas no âmbito teórico-discursivo. Os questionários, entrevistas e observações realizadas durante a pesquisa revelam que as concepções sobre o brincar, que efetivamente permeiam o cotidiano escolar e que aparecem entre professoras e equipe pedagógica da escola, estão vinculadas a uma visão do brincar como suporte pedagógico para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Nesse sentido, a visão que se tem do brincar não contempla e não percebe que ele pode ser importante naquilo que tem em si mesmo, como dimensão humana que permite experimentar variadas formas de aprendizagem não necessariamente vinculadas ao pedagógico escolar, porém em conformidade com dimensões pedagógicas existenciais para o ser humano. Como conclusão, propõe-se uma concepção diferente de brincar, contrapondo-se ao brincar refreado e minimamente consentido nos anos iniciais do ensino fundamental e defendendo o brincar desregrado, maximizado, livre do excesso de preceitos que lhe são impostos pela educação escolar e potencializado em tempo e espaço.