Desenvolvimento e validação de indicadores de bem-estar de equinos utilizados no manejo de bovinos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Trindade, Pedro Henrique Esteves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152512
Resumo: O Brasil possui o quarto maior rebanho mundial de equinos com aproximadamente 5 milhões de cabeças. Cerca de 72% desse rebanho – 3,9 milhões de cabeças – está envolvida em atividades agropecuárias, sendo a maior parte utilizada como cavalo de lida na criação de bovinos de corte. Apesar disso, é comum observar nas rotinas de manejo nas fazendas de bovinos de corte situações que comprometem o bem-estar dos cavalos de lida, como extensas jornadas de trabalho que podem ocasionar cansaço, dor, miopatias ou até evoluir para exaustão física, fadiga ou síndrome de overtraining, dependendo da aptidão física, da carga de trabalho e das condições ambientais. Desta forma, é imprescindível desenvolver indicadores de bem-estar animal para serem aplicados aos cavalos de lida. Portanto, o primeiro capítulo desta dissertação foi elaborado com o objetivo de contextualizar o leitor sobre os temas gerais abordados: definição, conceitos e sistematização da avaliação do bem-estar animal, bem como indicadores com base nas respostas comportamentais e fisiológicas aplicáveis a cavalos após exercício físico. O segundo e terceiro capítulos foram construídos para apresentar os resultados e discussões produzidos por essa dissertação. No segundo capítulo tivemos como objetivos (i) identificar como as expressões faciais e outras variáveis comportamentais mudam nos cavalos de lida após uma jornada de trabalho de rotina, e (ii) investigar se essas mudanças podem ser usadas como um indicador de fadiga física ao relacioná-las com indicadores fisiológicos conhecidos de esforço físico ou variáveis de carga de trabalho. Identificamos aumento de expressões faciais e outros comportamentos indicativos de descanso, diminuição de atenção e movimentos para repelir insetos após um dia regular de trabalho. Dentre tais comportamentos a frequência de troca de apoio dos membros torácicos apresentou correlação positiva com a duração do exercício e a movimentação lateral da cabeça correlação negativa com a concentração de cortisol. A identificação desses traços comportamentais de fadiga física pode promover o bem-estar dos cavalos prevenindo os efeitos deletérios do excesso de exercício físico. No terceiro capítulo investigamos a utilidade da temperatura superficial máxima do olho, registrada pela termografia infravermelha, como indicador de aptidão física em cavalos de lida. Nossos resultados demonstraram correlação positiva entre atividade de creatina quinase com temperatura superficial máxima do olho. Além disso, conseguimos separar os animais em dois grupos segundo o nível da temperatura superficial máxima do olho e da atividade de creatina quinase. Tais achados sugerem que a temperatura superficial máxima do olho pode auxiliar na determinação se o intervalo entre sessões de atividade física foi suficiente para a recuperação muscular, prevenindo o aparecimento de miopatias decorrentes do excesso de esforço físico. Por fim, no último capítulo apresentamos nossas considerações finais levando em conta as informações da literatura vigente, implicações práticas, bem como os nossos achados apresentados nos capítulos 2 e 3.