A infusão intrahipocampal da crotamina isolada do veneno da crotalus durissus terrificus promove a persistência da memória e altera parâmetros bioquímicos em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vargas, Liane da Silva de
Orientador(a): Carpes, Pâmela Billig Mello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/315
Resumo: A crotamina, toxina isolada do veneno da Crotalus Durissus Terrificus (Cdt), é uma miotoxina polipeptídica, não enzimática, de caráter básico, que é composta por 42 resíduos de aminoácidos com peso molecular de 4.880 daltons. Conhecida por induzir a despolarização da membrana muscular esquelética pelo aumento da permeabilidade ao íon sódio, estudos demostraram que a toxina é capaz de promover a liberação de acetilcolina e dopamina no sistema nervoso central de ratos. Particularmente, estes neurotransmissores são importantes moduladores nos processos de formação da memória. Considerando a importância destes neurotransmissores nos processos mnemônicos, torna-se interessante estudar substâncias que possam atuar sobre eles, modulando assim os processos mnemônicos, muitas vezes prejudicados por disfunções cognitivas diversas do sistema nervoso central. Diante disso, este estudo investigou os efeitos da infusão intrahipocampal de crotamina na persistência da memória e nos parâmetros hematológicos e de estresse oxidativo em ratos . Foram utilizados 40 ratos Wistar machos de 3 meses de idade. Os experimentos foram realizados em duas etapas. Na etapa 1, posteriormente à implantação de cânulas hipocampais, a amostra foi dividida em dois grupos: controle e experimental. Ambos foram treinados nas tarefas de reconhecimento de objetos (RO) e esquiva inibitória (EI) para verificar os efeitos da crotamina sobre a consolidação e persistência das memórias de reconhecimento e aversiva, na etapa 2 foram realizadas avaliações de parâmetros hematológicos e de estresse oxidativo. A infusão de crotamina (1μg/μL, 1μL/lado) induziu a persistência da memória de reconhecimento e aversiva, ambas testadas 24 horas, 7, 14 e 21 dias após o treino e infusão da toxina. No entanto, a toxina promoveu processo inflamatório e toxicidade demonstrada pelas alterações nos parâmetros hematológicos e de estresse oxidativo.. Estes resultados demonstram uma notória possibilidade do uso da crotamina como instrumento farmacológico em doenças que envolvem comprometimento da persistência da memória, como as demências, no entanto, pesquisas adicionais são necessárias no intuito de buscar alternativas que minimizem os efeitos tóxicos da crotamina, viabilizando o seu uso.