Distribuição de elementos repetitivos no genoma de nyctibiidae e caprimulgidae (aves: caprimulgiformes) e a evolução do cromossomo w

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Marcelo Santos de lattes
Orientador(a): Gunski, Ricardo José lattes
Banca de defesa: Artoni, Roberto Ferreira lattes, Garnero, Analía Del Valle lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Especialização Cidades, Culturas e Fronteiras 2 ed
Departamento: Campus São Gabriel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4543
Resumo: Recentemente a citogenética de aves tem apresentado grandes avanços com o advento de técnicas moleculares como a hibridização in situ fluorescente (FISH). As aves possuem características evolutivas interessantes, principalmente pelo seu tamanho de genoma reduzido e cariótipo em formato bimodal. A ordem Caprimulgiformes é uma das menos conhecidas do ponto de vista citogenético. Nesse trabalho duas espécies de famílias distintas foram analisadas Nyctibius griseus (Nyctibiidae) e Hydropsalis torquata (Caprimulgidae), com 2n= 86 e 74 cromossomos respectivamente. A citogenética clássica contribuiu para a identificação das regiões ricas em heterocromatina constitutiva, com o uso de bandeamento CBG nas duas espécies, apresentando grande acúmulo no cromossomo W em ambas e em alguns pares de microcromossomos de N. griseus. O bandeamento GTG estabeleceu o padrão de bandas positivas e negativas de N. griseus, reiterando as diferenças dos cromossomos Z e W desta espécie, um peculiar elemento deste cariótipo, que apresenta características diferentes de outras aves e até mesmo de H. torquata sendo homomórfico ao cromossomo Z. Utilizando técnicas moleculares de hibridização com sondas de sequências rDNA 18S foram encontrados sinais positivos em apenas um par de microcromossomos na mesma região onde também foi hibridizada a sonda (CGG)10 em ambas espécies. Dentre as seguintes sequências repetitivas (CA)15, (CAA)10, (CAC)10, (CAG)10, (CAT)10, (CGG)10, (GA)15, (GAA)10, (GAG)10, (GC)15 e (TA)15, somente (CA)15 e (TA)15 não hibridizaram no cromossomo W de N. griseus, em contraste, o W de H. torquata não apresentou nenhum sinal de hibridização. Em relação aos cromossomos autossômicos, H. torquata exibiu sinais de hibridização de quatro sequências repetitivas (CA)15, (CAC)10, (CGG)10, e (TA)15, todas em cromossomos autossômicos, ao passo que, em N. griseus somente as sequências (CA)15, (CAC)10 e (CGG)10, hibridizaram, sendo todas elas em microcromossomos. Esses dados indicam que, no decorrer da história evolutiva desse grupo o genoma de H. torquata acumulou menos sequências microssatélites que o genoma de N. griseus diferenciando essas duas linhagens na ordem Caprimulgiformes. Por fim é possível inferir que o cromossomo W de N. griseus reagiu a pressões evolutivas utilizando mecanismos singulares que permitiram a obtenção de características que o difere do W de outras aves neognatas. Estes resultados revelam a importância deste tipo de sequência na evolução e diferenciação do cromossomo sexual W.