De letramentos e afetos: espaços indisciplinares na escola como possibilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Azambuja, Cristiane Bueno da Rosa de
Orientador(a): Dornelles , Clara Zeni Camargo
Banca de defesa: Dornelles, Clara Zeni Camargo, Silva, Petrilson Alan Pinheiro da, Martins , Claudete da Silva, Camargos , Moacir Lopes de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Ensino
Departamento: Campus Bagé
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4750
Resumo: Esta dissertação, de natureza (auto)etnográfica, apresenta uma narrativa construída com jovens estudantes de uma escola pública sobre os sentidos atribuídos por eles à escola e a suas práticas de letramento e sobre possibilidades de pensar a(s) escola(s) pública(s) em um contexto de cultura digital e desigualdade social. Aqui, a ciência é percebida como autobiográfica, pois os sentidos atribuídos ao conhecimento vinculam-se à nossa história, e o percurso metodológico é orientado pela inspiração etnográfica e pelo método autoetnográfico de Versiani (2002; 2008), explicitando a intersubjetividade estabelecida entre pesquisadora e participantes, entre suas histórias com essa mesma escola. Este trabalho também foi conduzido através da observação participante, do diálogo e vivência com/no/do cotidiano dessa escola, acompanhando especialmente o professor de informática e o grupo de jovens participantes de um projeto de rádio escolar, a Rádio Bidart. As páginas deste texto procuram falar de vidas e histórias, tratam de educação, de escola e de ensino com Larrosa (2012; 2017a), Arendt (2016), Bourdieu (1998; 2007), Bourdieu e Passeron (2014), Soares (2017), Macedo (2012; 2017); de letramentos e novos letramentos com Street (2003; 2014), Kleiman (1995), Assis e Kleiman (2016), Knobel e Lankshear (2007; 2011) e Moita Lopes (2012); de experiência com Larrosa (2017b); de culturas híbridas com Canclini (2011) e da vida e da escola com os jovens que também construíram este texto. Esses jovens mostraram a inseparabilidade entre a vida, a escola e sua rádio escolar e, a partir dessa rádioescolavida e de suas palavras e ações, fazem entender que as hibridações das práticas não nos permitem vincular rigidamente as classes sociais com os estratos culturais, mas também como podem ser diferentes essas hibridações e construções de sentidos de acordo com o contexto social e as relações de poder; que as tecnologias e as informações têm valor enquanto parte das experiências e das relações entre as pessoas. Com eles foi possível entender que o espaço da escola pode ser pensado como indisciplinar, acompanhado de uma ideia de educação que é uma tríade entre técnica, crítica e experiência. Um espaço de aquisição e troca de saberes, de valorização de seus letramentos e apropriação de novos, um espaço que tem sentido e onde há produção de sentidos, um espaço de afetos.