Ensino de línguas, letramentos e desenvolvimento crítico na escola pública: observações e auto-observações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pardo, Fernando da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-28082018-133114/
Resumo: Esta pesquisa lançou mão da autoetnografia, viés metodológico que transita entre a etnografia e a autobiografia, por meio de observações e auto-observações, para investigar em que medida as teorias de Letramentos (KALANTZIS; COPE 2000, 2008a, LANKSHEAR; KNOBEL, 2003, 2006, 2013, KRESS, 2003, 2010, GEE, 2004) se adequam ou não ao ensino de inglês nos anos iniciais do Ensino Fundamental-I público, em uma escola da periferia do município de Osasco, na grande São Paulo. Buscou-se, assim, analisar uma proposta pedagógico-educacional orientada pelas referidas teorias, elaborada pelo pesquisador e implementada na escola investigada. O foco de observação e análise foi o desenvolvimento do senso crítico, no que tange aos alunos, e também as estratégias para o ensino de inglês e a atuação do professor-pesquisador nesta proposta. Objetivou-se examinar as epistemologias relacionadas às visões de ensino de língua deste contexto, bem como problematizar outras maneiras de se abordar o ensino da língua inglesa de forma crítica que levassem em conta as características específicas dos indivíduos e do contexto investigado. Considerando-se a existência de graves problemas, tais como a escassez de recursos didáticos e tecnológicos, a falta de espaços adequados para as práticas pedagógicas, o número excessivo de alunos por sala de aula e diversas outras questões de ordem econômica e social, a hipótese levantada é que tais fatores não seriam impedimentos para o desenvolvimento de práticas com um enfoque mais situado, promovendo um ensino plural, pautado na diversidade presente na escola pública, a fim de promover a agência dos alunos e uma educação mais crítica. Constatou-se, a partir da literatura consultada e da análise das orientações curriculares municipais, que as habilidades tradicionalmente trabalhadas no Ensino Fundamental-I público não levam em conta os novos paradigmas da comunicação e da educação. Além disso, a análise dos dados demonstrou haver certa desatualização pedagógica no campo investigado, bem como uma distância entre as práticas observadas e as orientações curriculares que existem atualmente. Finalmente, a tese defendida neste trabalho é a de que, para o desenvolvimento de propostas pedagógico-educacionais orientadas pelas teorias de Letramentos no Ensino Fundamental-I público, é importante considerar, sobretudo, o contexto dos sujeitos, da escola e da comunidade em que as práticas ocorrem. Acrescenta-se que o emprego de recursos de tecnologia digital não é imprescindível para o desenvolvimento da cidadania, da agência e da diversidade no contexto investigado.