Exposição ao fungicida mancozebe resulta em alterações no equilíbrio redox de peixes adultos e em desenvolvimento embrionário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Dennis Guilherme da Costa lattes
Orientador(a): Franco, Jeferson Luis lattes
Banca de defesa: Sassi, Adriana Koslovsky lattes, Victoria, Filipe de Carvalho lattes, Boldo, Juliano Tomazzoni lattes, Pontel, Robson Luiz
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Especialização Cidades, Culturas e Fronteiras 2 ed
Departamento: Campus São Gabriel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4544
Resumo: Agrotóxicos têm sido amplamente utilizados no combate as pragas na atividade agrícola, no entanto, podem ser prejudiciais ao meio ambiente. O estresse oxidativo, caracterizado por um desbalanço entre pró-oxidantes e antioxidantes, tem sido apontado como um dos principais mecanismos de toxicidade induzida por agrotóxicos. Tendo em vista que organismos aquáticos são dependentes do equilíbrio redox para a homeostase celular, qualquer desequilíbrio neste processo pode resultar em neurotoxicidade, ou ainda, no comprometimento do desenvolvimento embrionário dos organismos. O fungicida agrícola multissítio mancozebe (Mz), da classe dos ditiocarbamatos, tem sido utilizado em diversas culturas há mais de 50 anos, devido a sua baixa toxicidade e persistência ambiental. Entretanto, esse composto já se demonstrou tóxico à biota aquática. Existem poucos estudos sobre os mecanismos de neurotoxicidade e a potencial indução de embriotoxicidade desse composto. A carpa comum (Cyprinus carpio) e o peixe-zebra (Danio rerio) tem se destacado como modelos experimentais relevantes para diversos campos de pesquisa, dentre eles a toxicologia ambiental. Com o presente estudo, tivemos como objetivo no capítulo I; investigar potenciais mecanismos de ação tóxica e respostas adaptativas relacionadas ao estresse oxidativo, em carpas expostas ao Mz. Já no capítulo II buscamos elucidar os efeitos toxicológicos do Mz sobre o desenvolvimento embrionário de peixe-zebra e o uso de um antioxidante clássico, como a Nacetilcisteína, com intuito de verificar o papel do desequilíbrio redox na embriotoxicidade induzida pelo Mz. Os resultados obtidos no capítulo I demonstraram um aumento significativo na concentração de manganês no sangue e cérebro de carpas expostas ao Mz. Observamos também alterações significativas na atividade de importantes enzimas antioxidantes e a ativação do fator de transcrição Nrf2, regulador mestre da resposta antioxidante em organismos, demonstrando o potencial neurotóxico deste fungicida em peixes. No capítulo II, a exposição de peixe-zebra ao Mz comprometeu a sobrevivência dos embriões tratados, induziu danos ao DNA, morte celular, anomalias morfológicas e alterações nas respostas sensório-motoras. Em paralelo, observamos alterações significativas nas defesas antioxidantes. Em contrapartida, o pré-tratamento com N-acetilcisteína foi capaz de bloquear os efeitos tóxicos induzidos pelo Mz em todos os parâmetros analisados, reforçando a hipótese do envolvimento do estresse oxidativo na embriotoxicidadeinduzida pelo Mz, e, ainda, contribuindo na elucidação do papel fundamental do equilíbrio redox no desenvolvimento normal de embriões de peixe-zebra. Os dados aqui mostrados são o primeiro relato sobre a ativação de Nrf2 em peixes expostos ao Mz, assim como o efeito deletério do Mz sobre a embriogênese normal do peixezebra. Além disso, é possível salientar a importância desses estudos para o entendimento do estresse oxidativo dentro da toxicologia aquática.