Efeitos do treinamento físico e cognitivo nos déficits de memória relacionados a neurotoxicidade induzida pela proteína beta-amiloide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dare, Leticia Rossi lattes
Orientador(a): Carpes, Pâmela Billig Mello lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Doutorado Multicênctrico em Ciências Fisiológicas
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5455
Resumo: A doença de Alzheimer (DA) é a maior causa de demência no mundo, representando 50% a 75% dos casos. Ela é caracterizada pela deposição da proteína β-amiloide (βa), dano oxidativo e degeneração neuronal, que, juntamente com outros eventos patológicos, promovem perda progressiva de memória e declínio cognitivo. Atualmente, a DA não tem cura e o tratamento é limitado. Pesquisas voltadas ao tratamento não farmacológico têm sido desenvolvidas com o objetivo de atuar na plasticidade cerebral e minimizar a neurotoxicidade causada pela proteína βa. Considerando que os efeitos neuro protetores do exercício físico são amplamente estudados, é importante esclarecer os potenciais efeitos do exercício cognitivo. Nossa hipótese é que o exercício cognitivo tenha efeitos preventivos e terapêuticos semelhantes ou comparáveis aos observados no exercício físico, considerando a estimulação da plasticidade que ele pode promover. Ainda, embora a prática regular de exercício físico seja uma estratégia consolidada na prevenção de déficits cognitivos, pouco se sabe sobre os efeitos do exercício agudo na memória. Neste sentido, nossa outra hipótese é que uma única sessão de exercício físico realizada em uma janela temporal próxima a um aprendizado possa modular o mesmo, qualificando a consolidação da memória, mesmo em situações de déficits. Para testar estas hipóteses, usando um modelo de neurotoxicidade induzido pela βa em ratos, demonstramos em nossos dois primeiros estudos que o exercício físico e o cognitivo são estratégias capazes tanto de prevenir, como de tratar os déficits da memória de reconhecimento, evitar o aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio e peroxidação lipídica hipocampal, e melhorar a atividade da acetilcolinesterase no hipocampo, parâmetros alterados pela neurotoxicidade induzida pela βa, além de reorganizar, ou manter a organização, pelo menos em parte, da morfologia do tecido hipocampal. Ainda, em nosso terceiro estudo demonstramos que uma única sessão de exercício físico realizada após o aprendizado é capaz de promover a persistência da memória de reconhecimento em ratos controle e a consolidação da memória em animais com déficit cognitivo induzido pela βa. Verificamos que entre os mecanismos envolvidos nos efeitos do exercício agudo sobre a melhora da memória está a ativação do sistema dopaminérgico. Com base nos nossos achados podemos concluir que o exercício cognitivo é tão bom quanto o exercício físico na prevenção e no tratamento dos déficits de memória relacionados à neurotoxicidade induzida pela proteína βa, e que atuam no equilíbrio oxidativo. Ainda, é possível concluir que o exercício físico é uma estratégia eficaz como modulador da aprendizagem, promovendo a consolidação da memória em animais com déficits cognitivos. Estudos subsequentes são necessários para investigar: (i) mecanismos adicionais que possam ajudar a explicar os efeitos do exercício cognitivo; (ii) seus efeitos na persistência da memória; e, (iii), seus efeitos em outros modelos experimentais relacionados à DA. Também é importante investigar outros mecanismos que podem estar envolvidos nos benefícios do exercício agudo e investigar se a associação do exercício físico e cognitivo poderia potencializar os efeitos observados nas terapias individuais.