Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Giulianna Echeverria |
Orientador(a): |
Posser, Thaís |
Banca de defesa: |
Corte, Cristiane Lenz Dalla,
Meinerz, Daiane Francine,
Silva, Dennis Guilherme da Costa,
Vinadé, Lucia Helena do Canto,
Nunes, Mauro Eugênio Medina |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pampa
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Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado em Ciências Biológicas
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Departamento: |
Campus São Gabriel
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5510
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Resumo: |
Os poluentes atmosféricos podem afetar tanto a qualidade do ar dos ambientes externos, como internos. A exposição a poluição interna fúngica pode contribuir para o surgimento de sintomas alérgicos e inflamatórios, e tem sido considerada uma grave ameaça à saúde pública. Estudos apontam que a prevalência destes sintomas pode variar de acordo com o sexo, visto que homens e mulheres podem apresentar diferentes níveis de resposta inflamatória. Entre os principais poluentes de ambientes domésticos, estão os compostos orgânicos voláteis fúngicos (COVs), comumente encontrados em locais úmidos e comprometidos pela água. O 1-octen-3-ol (pop. álcool de cogumelo), é o COV mais predominante nestes ambientes e o responsável pelo odor característico do mofo. A exposição ao 1-octen-3-ol tem sido associada ao aumento de marcadores inflamatórios e prevalência de renite alérgica e conjuntivite nos habitantes destes locais. Pesquisas com Drosophila melanogaster revelaram a neurotoxicidade e o potencial inflamatório do 1-octen-3-ol. No entanto, estudos a respeito dos efeitos do 1-octen-3-ol sobre a mitocôndria, uma organela envolvida no desenvolvimento de respostas inflamatórias, e como este composto atua nos diferentes sexos são escassos. D. melanogaster (pop. mosca da fruta), é um modelo relevante para o estudo de doenças humanas, distúrbios inflamatórios e compreensão de questões relacionadas ao sexo. Neste trabalho investigou-se o efeito da exposição inalatória ao 1-octen-3-ol sobre alvos bioquímicos e inflamatórios, e sobre a morfologia e taxa bioenergética mitocondrial de D. melanogaster. Fêmeas e machos de D. melanogaster foram expostos separadamente a uma atmosfera contendo 1-octen-3-ol (1, 2,5 e 5 μL/L) por 24 e/ou 48 horas. Constatou-se elevada taxa de mortalidade e comprometimento locomotor em ambos os sexos (5 μL/L em 24 horas). No grupo das fêmeas observaram-se: i) um aumento na atividade da superóxido dismutase (SOD) e diminuição da catalase (CAT); ii) inibição do complexo I e II no sistema de transporte de elétrons, diminuição na taxa bioenergética mitocondrial e disruptura no perfil das cristas mitocondriais; iii) aumento da atividade de caspase 3/7 e fosforilação de ERK; iv) aumento da expressão gênica de p38MAPK e JNK, e diminuição na expressão de NF- e p53; v) e aumento nos níveis de nitrito. Enquanto que os machos exibiram: i) um aumento nas atividades da glutationa-S-transferase (GST) e SOD; ii) inalteração na atividade de caspase 3/7; iii) aumento na geração de espécies reativas de oxigênio (ERO) na menor concentração, e uma diminuição na maior concentração; iv) queda na viabilidade celular e nos níveis de nitrito. É provável que nas fêmeas a mitocôndria, juntamente com a ativação de fatores pró-inflamatórios e a cascata de vias de sinalização apoptóticos possam ser um alvo crucial para a toxicidade do 1-octen-3-ol. À medida que nos machos, um aumento na geração de ERO poderia estar envolvido com o comprometimento da atividade mitocondrial observado através da queda na viabilidade celular. No entanto, as razões para tais diferenças permanecem indefinidas, e nossos achados apontam que o 1-octen-3-ol possa deflagrar respostas únicas e modular diferentes vias em D. melanogaster de ambos os sexos, o que poderia estar relacionado a maior susceptibilidade vista nos machos. |