Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Gollino, Gabriel de Paula
 |
Orientador(a): |
Ribeiro, Vanessa Bley
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pampa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado Acadêmico em Ciências Farmaceuticas
|
Departamento: |
Campus Uruguaiana
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5498
|
Resumo: |
Acinetobacter baumannii é uma das principais espécies bacterianas relacionadas a infecções hospitalares, frequentemente associada às pneumonias por ventilação mecânica em UTIs. A resistência aos antimicrobianos em A. baumannii emergiu mundialmente nas últimas décadas atingindo níveis alarmantes, inclusive para os carbapenêmicos. No Brasil, as taxas de resistência a esta classe em A. baumannii é de aproximadamente 80%. O principal mecanismo associado à resistência aos carbapenêmicos é a produção de carbapenemases da Classe D de Ambler ou OXA-carbapenemases. Ao todo, seis famílias de OXA já foram relatadas em A. baumannii sendo a OXA-23 a mais prevalente em isolados do mundo todo. O objetivo deste estudo foi caracterizar isolados clínicos de A. baumannii resistentes aos carbapenêmicos (AbRC) provenientes da região da fronteira oeste do estado do Rio Grande do Sul quanto ao seu perfil de sensibilidade, prevalência de OXA-carbapenemases e determinar sua relação genética através de tipagem molecular. Os isolados foram provenientes de uma única instituição de saúde e coletados no período de cinco anos. A espécie A. baumannii foi identificada através da presença do gene blaOXA-51 e o perfil de sensibilidade foi determinado pela técnica de microdiluição em caldo. A detecção fenotípica da produção de carbapenemases foi realizada pelo teste de associação dos inibidores EDTA e ácido fenilborônico aos carbapenêmicos e pelo teste de Blue-Carba. A confirmação molecular foi realizada através da amplificação dos principais genes codificadores de carbapenemases por PCR. A relação genética entre os isolados de AbRC foi determinada pelas técnicas de REP-PCR e PFGE. No período do estudo, um total de 36 ARC foram isolados, provenientes principalmente de amostras clinicas do trato respiratório (66,6%). Além da resistência a todos os β-lactâmicos testados e ao ciprofloxacino, os isolados também apresentaram altos níveis de resistência à gentamicina (86,1%) e amicacina (61,1%). Por outro lado, todos foram sensíveis a polimixina B (CIMs ≤ 1 μg/mL). O gene blaOXA-23 foi detectado em 34 dos isolados de AbRC. A tipagem revelou a presença de três principais grupos geneticamente relacionados e de quatro linhagens clonais, duas presentes e prevalentes na instituição durante os quatro anos do estudo e duas com origem mais recente, em 2017. A partir dos resultados obtidos foi possível constatar uma elevada prevalência de isolados de AbRC produtores de OXA-23, com a disseminação e permanência de linhagens clonais na instituição. A resistência em A. baumannii não é um problema de saúde pública apenas em grandes centros de saúde do país, servindo de alerta sobre a necessidade de medidas mais efetivas de controle e prevenção. Ainda, os resultados deste estudo fornecem os primeiros dados epidemiológicos desta espécie nesta região do país, contribuindo para a construção de um panorama mais amplo sobre a resistência aos antimicrobianos em A. baumannii. |